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Jürgen Klinsmann
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Vem aí o grande teste dos Tigres de Klinsmann

Após um início ruim no comando da Coreia do Sul, o alemão tem na Copa Asiática a chance de provar seu valor.

O ex-atacante Jürgen Klinsmann é um dos maiores atacantes na rica história da Alemanha, mas sua trajetória como treinador é menos impressionante. Daí porque a conquista da Copa Asiática seria tão importante para ele quanto para a sua Coreia do Sul.

Das alegrias às frustrações na Copa Asiática

As duas primeiras edições da Copa Asiática, as de 1956 e de 1960, foram também as únicas vencidas pela Coreia do Sul. Apesar disso, os tigres seguiram realizando boas campanhas: terminaram em segundo lugar quatro vezes (1972, 1980, 1988 e 2015) e em terceiro lugar em outras quatro ocasiões (1964, 2000, 2007 e 2011).

Em 2019, sob o comando do português Paulo Bento, a equipe venceu seus três adversários na fase de grupos (Filipinas, Quirguistão e China) mas precisou da prorrogação para superar o Barém nas oitavas de final (2 x 1). Na fase seguinte deu-se a surpreendente derrota para o Catar (1 x 0), o qual conquistaria a competição.

Reconquistando espaço na Copa do Mundo

Além de ser o país-membro da AFC (Confederação Asiática de Futebol) com mais participações em Copas do Mundo (onze), a Coreia do Sul se classificou às dez edições deste torneio realizadas desde México 1986. Mas tanto em Brasil 2014 quanto em Rússia 2018 os tigres do taegeuk não passaram da fase de grupos.

Não teria sido estranho vê-los serem eliminados antes da fase eliminatória também em Catar 2022: o sorteio os pôs no grupo H, junto de Portugal, Uruguai e Gana. Os asiáticos, ainda comandados por Paulo Bento, somaram 4 pontos e terminaram em segundo. Sua queda se deu nas oitavas, perante o Brasil (4 x 1).

De um luso para um tedesco

5 de dezembro foi o dia daquela derrota para a canarinho, e logo em seguida o treinador luso anunciou o adeus. Em 27 de fevereiro, a Associação Coreana de Futebol (KFA, na sigla em inglês) anunciou como sucessor de Paulo Bento o alemão Jürgen Klinsmann (que não comandava qualquer equipe desde o Hertha em 2020).

Klinsmann, que antes treinou as seleções da Alemanha e dos Estados Unidos, apenas em setembro conseguiu sua primeira vitória à frente da Coreia do Sul: 2 x 1 sobre a Arábia Saudita em amistoso disputado na Inglaterra. Até então haviam sido três empates (Colômbia, El Salvador e País de Gales) e duas derrotas (Uruguai e Peru).

Antes daquele triunfo sobre os sauditas em Newcastle upon Tyne era grande o descontentamento entre torcedores sul-coreanos com o treinador alemão. Algumas das críticas feitas a ele se deviam a fatores extra-campo, como não ter cumprido a promessa de se mudar para o país. (Sua casa são os Estados Unidos desde 1998.)

Quanto aos resultados, Klinsmann se defendeu dizendo que o foco era a Copa Asiática e que os primeiros amistosos de 2023 deveriam ser vistos como parte desse processo. Ultimamente a jornada do alemão tem sido mais suave, visto que a Coreia do Sul vem de seis vitórias seguidas —e em nenhum desses jogos sofreu um gol sequer—.

Após o 1 x 0 sobre a Arábia Saudita houve mais dois amistosos: 4 x 0 sobre a Tunísia e 6 x 0 sobre o Vietnã. Depois vieram as duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo: 5 x 0 sobre Singapura e 3 x 0 sobre a China. Em amistoso realizado ontem (seu primeiro jogo em 2024), a equipe venceu o Iraque por 1 x 0.

As estrelas

Do ponto de vista individual há quatro jogadores dos quais se espera um desempenho superlativo. Todos eles atuam em uma das cinco maiores ligas europeias e começaram a temporada 2023–24 com um estatuto maior no cenário do futebol mundial em comparação com o estatuto de que gozavam antes do início da temporada anterior.

O grande astro só poderia ser mesmo o atacante Son Heung-min, de 31 anos, amplamente considerado não só o melhor jogador da Coreia do Sul mas também o melhor da Ásia. Sua importância para o Tottenham (clube que defende desde 2015) nunca foi tão grande, tendo em vista a recente ida de Harry Kane para o Bayern de Munique.

Outro atleta que se transferiu para os bávaros no verão europeu passado foi o zagueiro Kim Min-jae, hoje com 27 anos. Após se destacar na conquista da Serie A pelo Napoli, Kim se tornou o jogador asiático mais caro de todos os tempos: 50 milhões de euros foi o valor pago pelos alemães para tirá-lo do clube italiano.

Na mais recente Copa do Mundo tanto o meia-atacante Lee Kang-in, hoje com 22 anos, quanto o atacante Hwang Hee-chan, hoje com 27, foram suplentes. É improvável que assim seja também na próxima Copa Asiática, pois nos últimos doze meses ambos brilharam a serviço de clubes pequenos da Espanha ou da Inglaterra.

Com a camisa do Mallorca, Lee terminou LaLiga 2022–23 com seis gols e seis assistências (o que lhe valeu uma transferência para o Paris Saint-Germain por 22 milhões de euros); com a camisa do Wolverhampton, Hwang já alcançou a marca de dez gols e três assistências na atual edição da Premier League.

Sem desculpas

Hoje a Coreia do Sul está em 23.º lugar no ranking da FIFA. Em tese, isso faz com que seja a terceira força da AFC, atrás do Japão (17.º) e do Irã (21.º); na prática, a expectativa em relação aos tigres do taegeuk é tão alta quanto aquela em relação aos samurais azuis.

Não poderia ser diferente. Uma seleção de desempenho tão regular é sempre uma equipe a ser respeitada, e mais ainda quando conta com o principal jogador do continente. O desafio é dar aquele passo adiante que faz com que um time apenas bom se torne lendário.

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