O técnico alemão construiu a sua trajetória mais longa sob o comando de uma equipe com o Liverpool e deixará para trás um legado histórico
Quando Klopp assumiu o Liverpool em outubro de 2015, os Reds se encontravam em um momento particularmente delicado.
A memória do título inglês que escapou pela ponta dos dedos na temporada 13/14 ainda era muito fresca e para piorar as coisas, o clube havia perdido a sua referência técnica com a saída de Luis Suárez para o Barcelona, pouco mais de um ano antes da chegada de Klopp.
Na temporada anterior à chegada de Klopp, o Liverpool terminou na sexta colocação na Premier League e obviamente não fazia um bom início em 2016 a ponto de demitir Brendan Rodgers poucos meses após a largada da temporada. O time de Anfield precisava de uma reformulação profunda.
Esses pontos devem ser enfatizados até para entender o contexto do clube naquele momento. O próprio Klopp fez questão de já na sua apresentação relatar a importância de ter tempo para construir uma fundação da maneira certa.
Uma das falas que marcou aquela apresentação de Klopp foi a de que não é tão importante o que as pessoas pensam quando você chega em um lugar, mas é, sim, muito mais importante o que elas pensam quando você deixa aquele lugar.
Quase uma década depois, Klopp deixa os Reds enraizado como um dos maiores técnicos da história do clube, construindo uma relação tão próxima com o Liverpool a ponto de afirmar que jamais trabalhará em outra equipe na Inglaterra.
A trajetória de Klopp no Liverpool envolveu a conquista de todos os troféus possíveis, encerrando o jejum de títulos do Campeonato Inglês, conquistando ambas as copas nacionais, a sexta Liga dos Campeões da equipe e também o Mundial de Clubes.
Contudo, apenas um título da Premier League (exceto caso tremenda reviravolta ocorra na atual temporada) e um da Champions League, podem ser considerados um pouco abaixo do potencial dessa equipe, que tem sido constantemente uma das melhores da Europa nos últimos anos.
Esta análise, porém, não pode ser feita sem levar em consideração o contexto das conquistas do Liverpool e os adversários os quais enfrentou em seus melhores momentos.
Além do título europeu na temporada 18/19, o Liverpool chegou a outras duas finais de Champions League com Jürgen Klopp, ambas com circunstâncias bem delicadas que acabaram contribuindo para evitar o título dos Reds.
Na final em 2018, o Liverpool contou com a perda de Mohamed Salah por lesão nos momentos iniciais do duelo com o Real Madrid. Mesmo sem seu principal jogador, os Reds fizeram jogo equilibrado com o Real Madrid, mas acabaram perdendo por 3-1 com duas falhas grotescas de Loris Karius. Pouco tempo depois, o Liverpool foi atrás de Alisson para ser seu goleiro principal.
Falando em goleiros, enfrentando novamente o Real Madrid na final da Champions em 2021, os Reds pararam na barreira humana chamada Thibaut Courtois naquela que foi uma das maiores atuações na história da competição em vitória merengue pelo placar mínimo.
Se o Real Madrid foi a grande pedra no sapato dos Reds na Champions League, o Manchester City de Pep Guardiola teve esse papel em âmbito nacional.
O desempenho das equipes de Guardiola em ligas é surreal a ponto de em apenas três ocasiões na sua história não ter sido campeão, duas dessas na Inglaterra, sendo que a mais recente foi o título do Liverpool de Klopp em 2020.
Em duas temporadas diferentes, uma antes e outra depois desse título em 2020, o Liverpool apresentou ao Man. City desafios absurdos na batalha pela conquista da Premier League.
Na temporada 2018/19, o Liverpool chegou aos incríveis 97 pontos, uma das melhores marcas da história da competição, mas ficou apenas com o vice, observando o Man. City na frente com um ponto a mais após 38 rodadas.
Já em 21/22, o cenário se repetiu, porém, com pontuações um pouco inferiores, mas que não deixam de ser impressionantes. O Manchester City foi campeão com 93 pontos, um a mais do que os 92 do Liverpool de Klopp.
O trabalho de Klopp elevou o sarrafo para o Manchester City de Pep Guardiola e vice-versa, proporcionando diversas grandes batalhas pelo topo da Inglaterra.
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