O terceiro lugar em Barcelona chegou para Jorge Martín conquistar seu primeiro mundial de MotoGP, provando a importância de ser consistente em um ano bem acirrado.
Jorge Martín se sagrou campeão e fez história como o primeiro piloto a vencer com equipe satélite na ‘Era MotoGP’, em uma temporada muito disputada e decidida apenas na última prova.
O terceiro lugar no GP Solidário de Barcelona foi o suficiente para que o piloto de 26 anos conquistasse um título inédito, superando o rival Francesco Bagnaia por 10 pontos.
O espanhol venceu pela Pramac, mas não recebeu vaga no time principal da Ducati e, por isso, vai ostentar o #1 em sua moto em 2025 pela equipe de fábrica da Aprilia.
Antes disso, relembramos e analisamos como Martín chegou à glória e quais outros pilotos brilharam na emocionante temporada 2024.
Desde 2001, que ninguém alcançava o título na classe rainha do Mundial em uma equipe independente. Portanto, o espanhol se junta assim a Valentino Rossi (2001), Franco Uncini (1982), Marco Lucchinelli (1981) e Kenny Roberts (1978) que conseguiram esse feito, ainda na época das 500cc.
Com esse triunfo, Martín se tornou também o 30º piloto diferente a ser campeão da categoria rainha (MotoGP/500cc), juntando seu nome a uma seleta lista de campeões, liderada por Giacomo Agostini, com oito títulos, seguido de Valentino Rossi, com sete e Marc Márquez, com seis.
Após brigar pelo título em 2023, que perdeu para Francesco Bagnaia, e de ajudar a Pramac a se tornar a primeira equipe satélite a vencer o Mundial de Construtores, as expetativas eram altas para a nova campanha de Jorge Martín.
O espanhol começou a temporada com um terceiro lugar no Catar, mas não se deixou afetar e cravou a vitória na corrida seguinte, em Portugal.
Depois disso venceu também em França e Indonésia, mas seus resultados consistentes - 16 pódios no total, apenas dois DNFs e somente outra corrida mais fora dos pontos, junto com suas sete conquistas em sprints foram suficientes para Martín chegar à glória.
A vitória no último GP do ano foi agridoce para Pecco Bagnaia, que começou a temporada pior maneira.
Foram três DNFs logo nas primeiras seis corridas da temporada, mas o piloto se recuperou, mostrando a força mental esperada de um bicampeão mundial, e somou um total de 11 triunfos, subindo 16 vezes ao pódio. Porém, não teve a consistência do rival, cometendo erros e sofrendo mais DNFs no total.
Herói aos domingos, o piloto italiano teve dificuldades nas Sprint Races de sábado, fazendo uma campanha de altos e baixos nessa prova específica, que lhe custou muitos pontos. Antes de chegarmos à derradeira prova, em Barcelona, Pecco tinha vencido seis sprints, mas mesmo assim tinha perdido 48 pontos para Martín nessa prova.
O espanhol deixou a Honda após 11 temporadas, em uma tentativa de poder se reencontrar com as vitórias – a última tinha sido em 2021 – e de brigar pelo título.
Esse último parecia um objetivo demasiado ambicioso, considerando que sua nova equipe, a Gresini, era uma equipe satélite, mas o talento do veterano – seis vezes campeão da categoria rainha da motovelocidade – não pode ser descartado.
E ele provou isso mesmo, ao vencer três corridas e subir ao pódio em 10 ocasiões, evitando as lesões que o afetaram nos últimos anos.
Promovido à equipe principal para o próximo ano, em detrimento do novo campeão mundial, as expetativas dispararam e as esperanças de igualar os sete títulos de Valentino Rossi também.
Em uma temporada repleta de emoções, não podemos deixar de mencionar os outros dois únicos pilotos a subir ao topo do pódio: Enea Bastianini, que venceu duas provas, e Maverick Viñales. O piloto da Ducati terminou a temporada em um honroso quarto lugar, enquanto o da Aprilia foi 7º.
Outro nome que fez manchetes foi o calouro Pedro Acosta, que em sua estreia na categoria rainha, subiu cinco vezes ao pódio, e não fez melhor devido a uma série de erros, que são quase perdoáveis a um jovem de 19 anos. Com certeza, na próxima temporada ele será uma força a considerar.