Tite deixou o comando da seleção brasileira como já se era esperado, após o fim desta Copa, e agora a CBF parte em busca de um novo nome para assumir o comando técnico do único país penta-campeão do mundo, tudo isso em meio a bastante controversa ao redor da possibilidade um treinador estrangeiro assumindo o comando do Brasil
[Artigo originalmente publicado em 23 de dezembro de 2022.]
Lá se vão duas décadas desde a última conquista de Copa do Mundo para o Brasil, e o roteiro parece se repetir a cada quatro anos. A seleção chega com boas expectativas, seja por sediar a competição como foi em 2014, ou por ter um elenco farto de jovens estrelas em ascensão como neste ano, mas acaba sempre parando no primeiro confronto contra um país europeu, em fases eliminatórias.
Quatro anos atrás, na primeira Copa de Tite, a seleção foi eliminada pela Bélgica nas quartas de final, e desta vez foram os croatas quem protagonizaram o fim da caminhada brasileira na mesma fase.
Um dos primeiros pontos a serem questionados após qualquer eliminação é o comando técnico, e apesar do retorno de Tite para a sua segunda Copa em 2022, a sensação desta vez, era do fim de um ciclo, mesmo que não haja uma unanimidade em relação ao seu sucessor, como havia a favor do próprio Tite, quando ele assumiu a seleção.
Existem duas questões a serem tratadas em relação ao próximo técnico da seleção, a primeira é o clamor por um treinador estrangeiro, algo que vem crescendo nos últimos tempos, especialmente com o amplo sucesso de nomes como Abel Ferreira e Jorge Jesus no âmbito nacional, em temporadas recentes.
Técnicos importados vêm mostrando o atraso em várias áreas por boa parte dos profissionais daqui, e também têm forçado e encorajado todos a elevarem os seus níveis. O sucesso gera esta pressão por uma evolução, no que parecia ser uma área estagnada.
Entretanto, este mesmo clamor é encontrado por uma forte rejeição por técnicos da velha guarda, ex-jogadores, e até mesmo torcedores, que acreditam que a seleção brasileira deveria ser treinada por um técnico de nacionalidade brasileira. Nomes como o de Rivaldo já foram a público manifestar esta opinião, apenas após a mera cogitação de um nome de fora do Brasil.
Não existe um nome tão badalado como era o de Tite quando foi contratado pela CBF. Os principais técnicos brasileiros que podem assumir este cargo todos carregam uma certa bagagem, e passariam longe de não sofrerem fortes contestações.
Dorival Jr. vem de dois títulos pelo Flamengo (Libertadores e Copa do Brasil), mas o seu próprio clube optou por ir atrás de outro nome, o de Vítor Pereira, por julgar necessário dar um salto neste trabalho, e antes dessa passagem de menos de um ano pelo Flamengo, não tinha trabalhos recentes que o cogitavam para assumir a seleção brasileira.
Fernando Diniz é outro treinador que vem bem recentemente, mas seria bastante contestado caso escolhido para dar este salto na carreira. O seu estilo de jogo cria uma relação de amor e ódio com até sua própria torcida, e antes do trabalho mais recente, também não era visto como nome para este desafio.
Abel Ferreira e Jorge Jesus são os dois técnicos estrangeiros que tiveram mais sucesso em anos recentes aqui no Brasil, mas se até o multi-campeão Carlo Ancelotti, cujo nome foi ventilado como uma possibilidade, foi questionado sem ao menos demonstrar interesse concreto, Abel e Jorge Jesus teriam uma luta muito pesada em um ambiente que poderia ser até um tanto quanto hostil.
A CBF adora ter a bola da vez para buscar e oferecer este cargo, sem ter que se preocupar muito com um processo seletivo, e assim foi com Tite, mas no momento, o campo está aberto, e a única certeza, é que qualquer escolha será altamente questionada, por isto deverá ser feita com bastante convicção, para que a confederação banque este nome em meio as fortes críticas que virão logo de cara.
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