Desde a despedida de Benzema são ainda maiores as chances de Lewandowski reconquistar o troféu Pichichi.
[Traduzido e adaptado de «LaLiga: ¿Alguien puede destronar a Lewandowski?».]
Robert Lewandowski chegou ao Barcelona na temporada passada (um ano após a despedida de Lionel Messi) para assumir o papel de grande referência ofensiva dos blaugranas. E o veterano centroavante polonês (completou 35 anos mês passado) cumpriu com o prometido desde o início: em sete rodadas de LaLiga, já havia chegado às redes nove vezes. Embora o seu ritmo tenha baixado a partir de então, Lewandowski manteve-se à frente de Karim Benzema e terminou com 23 gols (quatro a mais que o francês).
Agora que Benzema deixou o Real Madrid, Lewandowski é indiscutivelmente o favorito para conquistar o troféu Pichichi —dado pelo jornal Marca ao maior goleador de LaLiga—. Os brasileiros Vini Jr. e Rodrygo formam a dupla de frente dos merengues, o que lhes credencia a marcar mais gols que a maioria dos atacantes. E o francês Antoine Griezmann brilhou intensamente pelo Atlético de Madrid na temporada passada. Nenhum desses três é propriamente um «camisa 9» (embora Rodrygo possa aprender a sê-lo).
Antes de ser o Pichichi de LaLiga, Lewandowski foi por sete vezes o máximo goleador da Bundesliga. A primeira foi em 2013–14, a serviço do Borussia Dortmund; a segunda em 2015–16, já pelo Bayern de Munique. E de 2017–18 a 2021–22, sempre com a camisa dos bávaros, o polonês também terminou como o artilheiro. Ou seja: se conseguir tornar-se o artilheiro de LaLiga 2023–24, esta será a sexta vez seguida em que termina no topo do ranking dos goleadores de uma das grandes ligas europeias.
Seu rendimento na temporada passada terminou abaixo de seus próprios (e elevados) padrões. Ao terminar com 33 gols por todos os torneios (LaLiga, Copa del Rey, Liga dos Campeões da UEFA, Liga Europa e Supercopa da Espanha), Lewandowski ficou abaixo dos 40 gols totais pela primeira vez desde 2014–15. Além disso, seus 23 gols no Campeonato Espanhol representam o número mais baixo para um Pichichi desde 2001–02. (Na ocasião, o espanhol Diego Tristán anotou 21 gols pelo Deportivo de La Coruña.)
Mas existe um dado interessante: 2014–15 foi a sua primeira temporada pelo Bayern de Munique e a pior em número de gols. Embora Die Roten tenham conquistado aquela Bundesliga, «Lewa» marcou apenas 17 em 31 jogos (e terminou atrás de Alexander Meier, do Eintracht Frankfurt, que marcou 19). Nas sete temporadas seguintes, ele quase sempre marcou no mínimo 30 vezes no Campeonato Alemão (exceto em 2018–19). Será que em seu segundo ano na Espanha também o veremos evoluir nesse sentido?
Antoine Griezmann conquistou «na marra» o direito de voltar a ser titular no Atlético de Madrid. No início da temporada passada, Diego Simeone o tinha como suplente. Mas, em duas das três primeiras rodadas de LaLiga (e também na primeira rodada da Liga dos Campeões), o francês chegou às redes mesmo com menos de meia hora em campo.
Desde fevereiro, Griezmann é indiscutível para Simeone. Nas últimas dezessete rodadas de LaLiga, marcou nove vezes e deu dez assistências. Ao todo, registrou dezesseis tentos e dezessete assistências (foi o líder nesse quesito). No ranking de participação direta em gols, ele terminou à frente inclusive de Lewandowski (31 contra 30).
Se conseguir se manter como a máxima referência ofensiva dos colchoneros, o polivalente francês pode voltar a superar os vinte gols em LaLiga. Essa é uma missão difícil, no entanto; apesar de toda uma vida jogando na Espanha, as duas únicas vezes em que Griezmann (hoje com 32 anos) marcou mais de vinte gols foram em 2014–15 e 2015–16.
No Real Madrid havia até a semana passada a possibilidade de Kylian Mbappé ocupar o lugar deixado pelo seu conterrâneo Benzema. Com essa hipótese descartada, o técnico Carlo Ancelotti provavelmente seguirá escalando uma dupla de ataque formada pelos brasileiros Rodrygo e Vini Jr. (que antes formavam uma trinca com o francês).
Tanto Vinícius (hoje com 23 anos) quanto Rodrygo (hoje com 22) terminaram LaLiga 2022–23 entre os jogadores com mais assistências. O atacante revelado pelo Flamengo conseguiu nove, o que lhe deixou em segundo nesse quesito (empatado com Mikel Merino, da Real Sociedad); o atacante revelado pelo Santos veio logo atrás, com oito.
Em gols marcados, Vini Jr. terminou com dez e Rodrygo com nove. Essa produtividade relativamente baixa é compreensível se considerarmos que então ambos atuavam como pontas (e, na ausência de Benzema, o centroavante tendia a ser Marco Asensio). Será interessante ver quantos gols Rodrygo marcará como o novo «camisa 9» de Ancelotti.
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