Além da chegada de um novo comandante, a «celeste» enfim terá dentro de campo novas lideranças — principalmente do ponto de vista técnico.
Em 2 de dezembro de 2022, a seleção do Uruguai se viu eliminada ainda na fase de grupos da Copa do Mundo realizada no Catar.
Logo em seguida anunciou-se a despedida do técnico Diego Alonso, e a expectativa é que nos próximos dias seja feito o anúncio da chegada de Marcelo Bielsa.
Sob o comando de um interino, a celeste realizou dois amistosos que nos dão uma boa ideia de quais serão as suas principais figuras daqui para a frente.
Analisemos, então, as mudanças mais relevantes no plantel uruguaio.
Os quatro atacantes convocados por Diego Alonso para o mais recente Mundial de Seleções foram Luis Suárez, Edinson Cavani, Maxi Gómez e Darwin Núñez. (Para fins práticos, estamos considerando os pontas Facundo Torres e Facundo Pellistri como meias.)
Núñez foi o único homem de frente a começar jogando nas três partidas da celeste no Oriente Médio. Está mais do que claro que o jogador do Liverpool, hoje com 23 anos, seguirá sendo titular indiscutível.
Resta saber se ele terá alguém com que dividir a responsabilidade de ser o homem-gol.
Após a saída de Alonso, a Asociación Uruguaya de Fútbol escolheu Marcelo Broli (que comandou a seleção sub-20 no mais recente Campeonato Sul-Americano) para ser o técnico interino nos amistosos com o Japão e com a Coreia do Sul, em março de 2023.
Broli optou por não convocar nem Cavani (que estava suspenso por uma partida) nem Suárez. Ainda haverá espaço no elenco dos charrúas para essas duas lendas do futebol, ambas já com 36 anos?
Não se sabe o que Bielsa pensa disso. De qualquer forma, além de Núñez estiveram na lista para esses dois amistosos asiáticos o já citado Gómez, de 26 anos (que defende os turcos do Trabzonspor) e Matías Arezo, de 20 (emprestado pelo Granada ao Peñarol).
Núñez acabou cortado por lesão, o que levou Broli a escalar Gómez como única referência ofensiva. É cedo para fazer maiores conjecturas sobre isso, mas talvez aí esteja um indício de que em 2023 será comum ver o Uruguai jogar com apenas um atacante de origem.
Por suas participações no tumulto que se seguiu à eliminação uruguaia na Copa do Mundo passada, Cavani e o zagueiro Diego Godín foram suspensos pela FIFA por um jogo.
Mais severas foram as punições sofridas pelo goleiro Fernando Muslera e pelo zagueiro José María Giménez: ambos foram punidos com quatro jogos de suspensão.
A questão é Será que Broli teria convocado todos eles se pudesse?.
A baliza
No Catar, Muslera, de 36 anos, não entrou em campo. O goleiro titular dos charrúas foi Sergio Rochet (Nacional), hoje com 30 anos. A princípio Rochet seguirá como o dono da baliza, e Santiago Mele (Unión Santa Fe), de 25 anos, é opção.
A zaga
Godín já tem 37 anos, mas José Giménez ainda tem 28. Supõe-se que este, atualmente no Atlético de Madrid, só não tenha sido convocado porque estava suspenso. Mais do que isso: a princípio, ele tem tudo para ser titular indiscutível na zaga.
Se Bielsa ou quem quer seja o próximo treinador do Uruguai decidir armar o time com apenas dois zagueiros, é de imaginar que Ronald Araújo (Barcelona), de 24 anos, disputará a titularidade com Sebastián Coates (Sporting), de 32 anos.
O meio de campo
Nos dois últimos jogos os meio-campistas defensivos foram Matías Vecino, da Lazio, e Manuel Ugarte, do Sporting. O primeiro tem 31 anos, e sua importância é enorme; o segundo tem apenas 22, mas já parece pronto para a titularidade na seleção.
Mais à frente encontra-se o principal representante da atual geração: o meia/atacante Federico Valverde, do Real Madrid. É significativo que aos 24 anos ele tenha sido o escolhido para portar a braçadeira de capitão nos dois últimos jogos.
Darwin, Coates e Ugarte convocados para o Uruguai
Para falar de outras disputas por posições, destacamos aqui os jogadores uruguaios em atuação no futebol brasileiro que foram convocados para os amistosos na Ásia.
O lateral-direito José Luis «Puma» Rodríguez, do Vasco, foi titular na partida contra a Coreia do Sul. Na anterior foi escalado Giovanni González (Mallorca).
O lateral-esquerdo Joaquín Piquerez, do Palmeiras, também foi titular contra os coreanos. No duelo com os nipônicos, quem jogou foi Mathías Olivera (Napoli).
Tanto o volante Felipe Carballo, do Grêmio, quanto o meia Agustín Canobbio, do Athletico-PR, foram suplentes utilizados nos dois amistosos.
Quanto a Giorgian de Arrascaeta, o meia do Flamengo foi convocado mas precisou ser cortado por lesão. Muito provavelmente ele teria sido titular na turnê asiática.
Na pré-lista para esses amistosos estiveram o lateral-direito Guillermo Varela, emprestado pelo Dínamo de Moscou ao Flamengo, e o atacante Thiago Borbas, do Bragantino.
Menção honrosa ao zagueiro Bruno Méndez, do Corinthians, e ao meia David Terans, do Athletico-PR. Ambos estiveram na pré-lista para a mais recente Copa do Mundo.
Podemos nos arriscar a dizer que, neste momento, Rochet, Giménez, Ugarte, Vecino, De Arrascaeta, Valverde e Núñez formam a espinha dorsal do Uruguai.
Devido a todo esse tempo sem um treinador efetivo, é evidente que o time não está pronto no sentido de ter um esquema tático preferencial e um time-base bem definido.
Mas os sinais dados pela celeste desde o fim de sua participação em Catar 2022 indicam que a seleção será tão competitiva como de costume nos próximos anos.
Os grandes testes não demorarão a chegar. Até o fim de 2023, o Uruguai terá enfrentado Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Aí, sim, teremos uma boa ideia do quão longe os charrúas poderão chegar nos próximos anos (com ou sem Bielsa).
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