Aos 41 anos, o piloto de Fórmula 1 iniciou uma nova etapa na carreira quando se transferiu para a Aston Martin com o desejo de ''voltar a vencer neste esporte''.
[Traduzido e adaptado de ''Los objetivos de Fernando Alonso para 2023''.]
Dos vinte pilotos que formarão o grid do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2023, nove chegam com a idade de 25 anos ou menos (incluindo Max Verstappen, da Red Bull, o campeão das duas últimas temporadas).
Na outra ponta desse espectro estará Fernando Alonso, que aos 41 anos chega àquela que será a sua vigésima temporada no ''grande circo''. E fará isso como parte de um novo projeto e sem dar indícios de que pretenda se aposentar tão cedo.
Ir da Alpine para a Aston Martin tornou-se propício para ele a partir do momento em que o veterano piloto entendeu que teria dificuldade em manter-se na ativa por mais tempo na principal categoria do automobilismo se não trocasse de casa.
Alonso competiu pelos franceses nos dois anos anteriores, e a tendência era que 2023 fosse o último. Laurent Rossi, CEO da Alpine desde 2021, desejava vê-lo no plano de desenvolvimento do programa do carro LMDh (Le Mans Daytona h) a partir de 2024.
Mas eis que, em fins de julho passado, chegou a notícia de que o alemão Sebastian Vettel se aposentaria da Fórmula 1 ao término da temporada em curso. Consequentemente, surgia aí uma lacuna na Aston Martin.
Poucos dias depois a escuderia inglesa anunciou haver chegado a um acordo com o piloto espanhol. O período não foi especificado; comunicou-se apenas que os dois lados estariam juntos por ''vários anos''.
O campeão mundial de 2005 e 2006 pontuou com frequência em suas duas temporadas na Alpine. Alonso terminou nas dez primeiras posições em 29 das 44 corridas então realizadas, tendo como melhor desempenho o terceiro lugar no Grande Prêmio do Catar de 2021.
Antes dessa corrida no Oriente Médio, a última vez que este nativo das Astúrias subiu ao pódio havia sido na Hungria em 2014 (isso na época em que conduzia uma Ferrari). Ainda assim, ele tem a ambição de voltar a lutar pelas primeiras posições na Aston Martin.
''Ninguém na Fórmula 1 vem demonstrando ter uma visão maior e uma entrega absoluta para vencer, e isso representa uma oportunidade muito emocionante para mim'' observou Alonso em comunicado oficial de agosto passado, quando o seu contrato se tornou oficial.
Nesse mesmo comunicado o bicampeão mundial se expressou da seguinte maneira: ''Ainda tenho a fome e a ambição de lutar por estar nas primeiras posições e quero fazer parte de uma organização decidida a aprender, melhorar e alcançar o sucesso''.
Se àquela altura o piloto espanhol já estava entusiasmado, suas expectativas aumentaram em fins de novembro, quando pôs as mãos pela primeira vez no carro cujo desenvolvimento levaria ao AMR23 (com lançamento agendado para 13 de fevereiro).
''Quando assinei com a Aston Martin, estava 90% contente. Quando começaram a melhorar e terminaram bem a temporada, estava 100%. Agora, com o teste, estou mais de 100%'' disse ele, que lembrou ainda das boas sensações de doze anos antes, ao chegar à Ferrari.
Em declarações divulgadas pela BBC, Alonso admitiu seguir sonhando em voltar a conquistar o título da F1, mas também disse não acreditar que conseguiria esse objetivo já na próxima temporada.
Embora tenha declarado que a Aston Martin conseguirá conquistar o Campeonato Mundial de Pilotos em um futuro próximo, o asturiano reconhece que, quando isso se passar, talvez ele já não seja um piloto titular da escuderia (mesmo se ainda fizer parte dela).
Se tudo sair como indicam os prognósticos, Alonso viverá uma temporada similar às duas últimas. Em outras palavras: o esperado é que o vejamos na zona intermediária da classificação. (Ele terminou em 10.º lugar em 2021 e em 9.º em 2022.)
Nesse caso, seus principais adversários seriam os pilotos da própria Alpine (agora com Pierre Gasly como companheiro de Esteban Ocon, ambos franceses) bem como os pilotos da McLaren (o britânico Landon Norris e o australiano Oscar Piastri).
Sabendo da qualidade e da ambição do espanhol, parece-nos bastante lógico pensar que ele possa lutar pelo pódio em alguns desses dias conturbados nos quais as coisas não saiam bem para a Ferrari, a Red Bull e a Mercedes.
O que nos parece mais complicado é ver Alonso se reencontrando com as vitórias. A última vez em que ele experimentou essa sensação foi no Grande Prêmio da Espanha disputado em Montmeló (Catalunha) no dia 12 de maio de 2013.
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