Atual líder do ranking da ATP, o espanhol Alcaraz almeja continuar sendo um forte candidato a conquistas de Grand Slams.
[Traduzido e adaptado de ''Los objetivos de Carlos Alcaraz para el 2023''.]
Após um 2022 de sonho, Carlos Alcaraz encara 2023 com ousadia mas sob uma pressão bárbara. Tendo tornado-se o mais jovem número 1 da história do tênis masculino, este nativo de Múrcia logo poderá perder tal posição.
Seus principais objetivos girarão em torno de seguir conquistando títulos, assim ampliando uma coleção já bastante grande para um tenista de apenas 19 anos.
Em 6 de janeiro, Alcaraz anunciou que, devido a lesão na perna direita, seria ausência no Aberto da Austrália — um torneio que era tido como muito importante para a sua sequência de temporada.
Se ele fosse tomar parte nesta competição, essa seria uma oportunidade não só de voltar a sonhar com um troféu de peso (apesar da forte concorrência que teria pela frente) mas de somar uma grande quantidade de pontos.
No ano passado, Alcaraz chegou à terceira fase na Austrália. Naquele momento aquilo não pareceu um mau resultado; mas, com a sua posterior conquista do Aberto dos Estados Unidos, a eliminação no primeiro Grand Slam de 2022 pareceu ter se dado cedo demais.
Lembremos ainda que foi em quadra dura que o pupilo do também espanhol Juan Carlos Ferrero obteve seus maiores êxitos nos últimos doze meses. Embora Alcaraz tenha competido quase a vida toda no saibro, as quadras rápidas favorecem o seu estilo de jogo.
Se chegasse à quarta fase no Aberto da Austrália deste ano, o murciano já garantiria a sua atual posição no ranking da ATP. Mas sem a sua presença aumentam consideravelmente as chances de Casper Ruud, Stefanos Tsitsipas ou Novak Djokovic arrebatar-lhe a liderança.
O primeiro torneio de Carlos Alcaraz em 2023 será no saibro do ATP 250 de Buenos Aires, a ser disputado entre 13 e 19 de fevereiro. Semanas depois, ele terá que passar por duas turnês nas quais as exigências quanto ao seu desempenho serão enormes.
Na primeira, a americana, o espanhol defenderá os pontos que conquistou ao chegar ano passado às semifinais em Indian Wells e ao título em Miami. Muito se esperará dele nesses dois torneios ATP 1000 em quadra dura (a serem realizados entre 6 de março e 2 de abril).
Depois, quase sem tempo para descansar, Alcaraz terá pela frente uma turnê no saibro. Então ele buscará a defesa de dois troféus: o do ATP 500 de Barcelona (entre 17 e 23 de abril) e o do ATP 1000 de Madri (entre 26 de abril e 7 de maio).
Além disso, será quase uma obrigação melhorar o desempenho no Aberto da França do ano passado, quando caiu nas quartas de final. Afora a conquista do Aberto dos Estados Unidos, esse foi o melhor resultado do espanhol em um Grand Slam.
Neste ano, o principal torneio francês de tênis está agendado para 22 de maio a 11 de junho. Antes disso, porém, Alcaraz terá duas ótimas oportunidades de acumular pontos também no saibro: os ATP 1000 de Monte Carlo e de Roma.
No torneio disputado ano passado em Mônaco, o atual líder do ranking masculino caiu ainda na segunda fase; e, no torneio disputado na Itália, nem mesmo esteve presente. Ele chegará a ambas as disputas, portanto, com muito a ganhar e pouco a perder.
Passada essa turnê europeia por terra batida, a pressão diminuirá consideravelmente para Alcaraz. Nos últimos quatro Masters 1000 do ano e no ATP Finals ele não precisará defender muitos pontos mais que os obtidos ao chegar à quarta fase de Cincinnati em 2022.
Mas antes desse retorno às quadras rápidas haverá Wimbledon. No terceiro Grand Slam da temporada, que em 2023 se realizará entre 3 e 16 de julho, ele ainda precisa evoluir muito se quiser se tornar um real candidato ao título.
Talvez ele siga uma evolução similar à de seu compatriota Rafael Nadal e chegue mesmo a vencer o principal torneio inglês. Mas hoje em dia há muitos especialistas em grama que estão em um nível bastante melhor que o dele nesse tipo de superfície.
O que isso representa para as suas ambições em Wimbledon? Basicamente, que ele buscará desfrutar dessa experiência e, evidentemente, ir mais longe do que no ano passado, quando caiu na quarta fase. Mas tudo isso sem impor a si mesmo muita pressão.
Depois vem a turnê americana, que culmina no Aberto dos Estados Unidos entre 28 de agosto e 10 de setembro. É cedo para traçar prognósticos elaborados para esse torneio, mas vale a pena recordar que nele Alcaraz tem retrospecto de onze vitórias e uma derrota.
A partir daí teremos mais competições em quadras rápidas (fechadas e abertas) em diferentes continentes antes de chegarmos ao ATP Finals, entre 12 e 19 de novembro, em Turim — um torneio que o espanhol não disputou ano passado por lesão.
Em suma, podemos dizer que os principais objetivos de Carlos Alcaraz para a atual temporada são dois:
— manter a regularidade de conquistas nos torneios mais importantes (vencendo pelo menos um ou dois Masters 1000 e buscando um segundo Grand Slam) e
— terminar uma vez mais entre os cinco melhores no ranking da ATP.