Com jovens em atuação por grandes da Europa, os Estados Unidos prometem dar o que falar até o Mundial 2026.
Entre as 32 seleções que participaram de Catar 2022, o plantel dos Estados Unidos era o segundo com a mais baixa média de idade. Considerando que hoje alguns daqueles jovens ianques atuam por grandes equipes da Europa, vale a pena estarmos atentos às principais estrelas de um dos três países-sede da próxima Copa do Mundo.
Uma novela no comando técnico
Os Estados Unidos viveram meses de indefinição após a mais recente Copa do Mundo. no último dia do ano passado chegou ao fim o contrato do treinador Gregg Berhalter com a United States Soccer Federation (USSF). Ele provavelmente não teria demorado a assinar outro contrato se não fossem as investigações nas quais se viu envolvido por um antigo caso de agressão doméstica.
Por esse motivo, a USSF teve dois interinos antes de anunciar, em junho, a volta do antigo comandante. Essa notícia provavelmente foi bem aceita pela maioria da torcida: com Berhalter no comando, os ianques conquistaram a Liga das Nações da Concacaf 2019–20 e a Copa Ouro 2021 e se classificaram a Catar 2022 (superando, assim, o vexame que foi a não classificação a Rússia 2018).
A linha ascendente continua
Por falar na Liga das Nações, os Estados Unidos conquistaram esse mesmo torneio em 2022–23. E o fizeram de forma incontestável: no final four realizado em junho passado na cidade de Paradise (Nevada), vitória por 3 x 0 sobre o México na semifinal e por 2 x 0 sobre o Canadá na final.
Pouco depois realizou-se a Copa Ouro. Mesmo sem seus principais nomes, os ianques só caíram na semifinal, e nos pênaltis, perante o Panamá. Àquela altura, eles já se encontravam no atual 11.º lugar no ranking da FIFA (atrás apenas de seleções europeias e sul-americanas).
Uma base para muitos anos
Como dissemos, esta seleção é jovem: a média de idade do seu plantel no Catar era de 22,6 anos. Entre os que no Mundial tinham menos de 25 anos havia Weston McKennie, Christian Pulisic, Timothy Weah, Sergiño Dest e Yunus Musah.
Outro promissor americano que esteve no Oriente Médio foi Giovanni Reyna. Mas o meia do Borussia Dortmund, hoje com 20 anos, não era ainda titular nas Stars & Stripes.
E faz apenas seis meses que a seleção passou a contar com Folarin Balogun. este atacante de 22 anos, hoje no Monaco, até o ano passado defendia a Inglaterra sub-21.
Reyna e Balogun têm em comum serem jovens e atuarem em uma das cinco principais ligas europeias. Isso também se aplica a quatro dos cinco jogadores que mencionamos dois parágrafos atrás, os quais atuam por gigantes da Serie A.
Os rossoneri
O Milan se reforçou bastante (e muito bem) para 2023–24. Entre os recém-chegados houve dois meias/atacantes americanos: Christian Pulisic e Yunus Musah. O primeiro foi comprado do Chelsea por 20 milhões de euros, o segundo foi comprado do Valencia pelo mesmo valor (podendo chegar a 21 milhões).
Aos 25 anos, Pulisic enfim vem afastando o estigma de «eterna promessa». Atuando como ponta-direita, ele é um hoje dos titulares no diavolo de Stefano Pioli. (Os outros são Olivier Giroud e Rafael Leão.) O pensilvaniano marcou quatro gols e deu duas assistências em treze partidas nesta temporada.
Aos 20 anos, Musah chegou aos rossoneri sem grandes expectativas quanto a ser titular com frequência. Mas, desde a sétima rodada do Campeonato Italiano, quando Ruben Loftus-Cheek se lesionou, Pioli tem feito do nova-iorquino um dos titulares no meio (geralmente junto de Tijjani Reijnders e Rade Krunic).
Os bianconeri
À Juventus voltou o meio-campista Weston McKennie (emprestado ao Leeds) e chegou o meia/atacante Tim Weah (comprado do Lille).
Ambos têm sido frequentemente utilizados na linha de cinco meio-campistas da vecchia signora comandada por Massimiliano Allegri.
Aos 25 anos, o washingtoniano (mas texano de criação) McKennie tem sido titular desde a terceira rodada do Campeonato Italiano.
Aos 23 anos, o nova-iorquino Weah estava começando a se firmar nos bianconeri quando se lesionou. (Deve voltar ainda este mês.)
O ianque-holandês
Sergiño Dest merece tratamento à parte por diferentes motivos. Contratado pelo Barcelona em 2020 após se destacar pelo Ajax, este lateral-direito/esquerdo foi emprestado ao Milan na temporada passada.
Dest voltou à Espanha apenas para ser emprestado novamente. Nascido na Holanda há 24 anos, ele hoje defende outro grande do país: o PSV. a equipe de Peter Bosz lidera a Eredivisie e tem nele um titular indiscutível.
Uma geração de sonho
Falamos aqui de Christian Pulisic, Yunus Musah, Weston McKennie, Tim Weah, Sergiño Dest, Giovanni Reyna e Folarin Balogun. Com a possível exceção de Reyna, são sete americanos que não só se destacam pela seleção como ocupam papel importante em clubes europeus.
Essa é uma situação notável, porque em anos anteriores os ianques que atuavam por grandes ligas europeias ou eram titulares em equipes pequenas/médias ou suplentes em equipes grandes. Não surpreende, portanto, que os Estados Unidos sejam hoje a grande força da Concacaf.
Conseguirão eles também enfrentar de igual para igual as seleções de topo na Copa do Mundo de 2026? As perspectivas nos parecem promissoras: além de jogarem em casa, as Stars & Stripes contarão com uma base jovem e já habituada ao futebol de clubes do mais alto nível.