A Copa Africana de Nações costuma trazer duelos emocionantes e equilibrados, e tudo indica que assim será também em sua 34.ª edição.
Na mais recente Data FIFA definiram-se os últimos classificados à próxima edição da Copa Africana de Nações. Apesar de referente a 2023, esta CAN será realizada entre 13 de janeiro e 11 de fevereiro do ano que vem, na Costa do Marfim.
Serão 24 seleções, divididas em seis grupos. Listamos abaixo as equipes que nos parecem as mais fortes candidatas ao título deste torneio normalmente organizado a cada dois anos pela CAF (Confederação Africana de Futebol).
Marrocos
Nada mais justo que começarmos com aquela que, em 2022, tornou-se a primeira nação africana a alcançar uma semifinal de Copa do Mundo. Em 13.º lugar no ranking da FIFA, o Marrocos é treinado há pouco mais de um ano por Walid Regragui. Seu principal atleta é provavelmente o lateral-direito Achraf Hakimi, do Paris Saint-Germain.
Outros leões-do-atlas que atuam em alguma das cinco grandes liga europeias são o também lateral-direito (mas lateral-esquerdo na seleção) Noussair Mazraoui, do Bayern de Munique; o meio-campista Sofyan Amrabat, emprestado pela Fiorentina ao Manchester United; e o atacante Youssef En-Nesyri, do Sevilla.
Convém mencionar mais três nomes: o goleiro Yassine Bounou (que neste último verão no hemisfério norte trocou o Sevilla pelo Al-Hilal), e os atacantes Hakim Ziyech (emprestado pelo Chelsea ao Galatasaray) e Abderrazak Hamdallah (Al-Ittihad). Os marroquinos conquistaram uma única Copa Africana de Nações, em 1976.
Senegal
Num impressionante exemplo de longevidade, o treinador de Senegal desde 2015 é Aliou Cissé. Em 20.º no ranking da FIFA, os leões da teranga confiam em veteranos como o goleiro Édouard Mendy (Al-Ahli), o zagueiro Kalidou Koulibaly (Al-Hilal), o lateral-direito Youssouf Sabaly (Betis) e, é claro, o atacante Sadio Mané (Al-Nassr).
Alguns de seus jovens vêm dando muito que falar. Desses, quem mais está em evidência é o atacante Nicolas Jackson (que acaba de trocar o Villarreal pelo Chelsea), mas o também atacante Boulaye Dia (Salernitana) é outro que merece atenção. Os senegaleses conquistaram sua primeira CAN dois anos atrás.
Egito
Em julho do ano passado, três meses após falhar em obter a classificação a Catar 2022, o Egito anunciou o português Rui Vitória como seu treinador. A maioria de seus principais atletas atua na Liga do Nilo, e entre esses podemos destacar o zagueiro Mohamed Abdelmonem (Al-Ahly) e o meio-campista Zizo (Zamalek).
O ídolo indiscutível dos faraós é o atacante Mohamed Salah, do Liverpool. Esse é justamente o maior problema com esta seleção que é a atual 35.ª colocada no ranking da FIFA: faltam outros grandes nomes. De qualquer forma, são eles os atuais vice-campeões da CAN —e os mais vencedores da história do torneio, com sete troféus—.
Nigéria
Nenhum africano brilhou mais na última temporada europeia que Victor Osimhen, artilheiro da Serie A (26 gols) conquistada pelo seu Napoli. A Nigéria conta com outros atacantes de valor, como Samuel Chukwueze (Milan) e Victor Boniface (Bayer Leverkusen).
Em outras posições talvez haja menos abundância de talentos à disposição do português José Peseiro (no comando desde maio de 2022). Atualmente em 40.º lugar no ranking da FIFA, as superáguias conquistaram a CAN três vezes (a última delas em 2013).
Camarões
Camarões sediou a Copa Africana de Nações 2021. Embora tenham terminado o torneio em terceiro lugar, os leões indomáveis tiveram seus dois artilheiros: Vincent Aboubakar (hoje no Besiktas) marcou oito gols, e Karl Toko Ekambi (hoje no Abha) marcou cinco.
Outras boas opções para o ataque são nomes como Eric Maxim Choupo-Moting (Bayern de Munique) e Bryan Mbeumo (Brentford). Em outras posições destacam-se o goleiro André Onana (Manchester United) e o meio-campista André-Frank Zambo Anguissa (Napoli).
Esta seleção está em 41.º lugar no ranking da FIFA e tem como técnico desde fevereiro do ano passado Rigobert Song. (Este ex-zagueiro é quem mais vezes entrou em campo pelos camaroneses.) Tradição eles têm sobra: foram cinco conquistas na CAN (a última em 2017).
Costa do Marfim
Teríamos considerado a Costa do Marfim boa candidata à conquista da CAN 2023 mesmo se a CAF tivesse escolhido outro país-sede. O atacante Sébastien Haller (Borussia Dortmund) é o principal astro, mas os elefantes do francês Jean-Louis Gasset (no comando desde o ano passado) contam com atletas de bom nível também nos outros setores.
Eis alguns exemplos a favor do que acabamos de dizer: na lateral direita há Wilfried Singo (Monaco), na zaga há Ousmane Diomande (Sporting) e no meio há Franck Kessié (Al-Ahli) e Ibrahim Sangaré (Nottingham Forest). Os marfinenses, que se encontram em 50.º no ranking da FIFA, foram duas vezes campeões africanos (a última delas em 2015).
Mais duas candidatas
Outra seleção forte é a Tunísia (29.ª no ranking mundial) de Jalel Kadri, do zagueiro Yassine Meriah (Espérance de Tunis) e do meio-campista Aïssa Laïdouni (Union Berlin).
Há também a Argélia (34.ª) de Djamel Belmadi e de jogadores como o lateral-esquerdo Ramy Bensebaïni (Borussia Dortmund) e do atacante Riyad Mahrez (Al-Ahli).
Aqui estão oito possíveis campeões. Se esse número parece exagerado, lembremos que cada uma das últimas sete edições da CAN teve um vencedor diferente (entre eles Zâmbia).