Dez homens têm a possibilidade de receber daqui a quinze dias o prêmio de melhor jogador da CAF.
No próximo dia 11, a cidade marroquina de Marraquexe sediará a cerimônia em que a CAF (Confédération Africaine de Football) premiará os melhores do futebol africano. Esse evento, chamado CAF Awards (Prêmios CAF), se realiza quase todos os anos desde 2000. seguem-se as categorias (tanto para homens como para mulheres) em 2023.
Antes que houvesse Prêmios CAF já havia o prêmio Jogador do Ano: 1992 foi quando a Confederação Africana de Futebol pela primeira vez distinguiu o melhor futebolista do continente. Além disso, entre 1970 e 1994 a revista France Football elegeu o seu Ballon d’Or africano, e entre 1991 e 2003 a revista Afrique Football elegeu o seu Etoile d’Or.
Todas as outras seis categorias dos Prêmios CAF valeriam uma análise (principalmente a de Jogador Jovem do Ano); mas, por ser Jogador do Ano a mais prestigiada e antecipado de todas, é nela que focaremos.
A escolha dos candidatos
Em 31 de outubro, a Confederação Africana de Futebol anunciou as suas listas com os atletas e equipes que poderiam ser premiados nos Prêmios CAF 2023. Essas listas foram elaboradas a partir das opiniões de três grupos de pessoas: especialistas da confederação, ex-jogadores e profissionais da imprensa. Para a eleição dos vencedores serão levados em conta também os votos de técnicos e jogadores em atividade.
Em 17 de novembro, a CAF anunciou os finalistas para cada categoria. Até então havia trinta possíveis vencedores em Jogador do Ano; agora há apenas dez. Entre os eliminados nessa triagem merecem destaque o zagueiro/lateral-esquerdo argelino Ramy Bensebaïni (Borussia Dortmund), o centroavante guineano Serhou Guirassy (Stuttgart) e o meia/atacante marroquino Hakim Ziyech (Galatasaray). eis a lista final.
nação | jogador | clube |
---|---|---|
Argélia | Riyad Mahrez | Al-Ahli |
Camarões | André-Frank Zambo Anguissa | Napoli |
Camarões | Vincent Aboubakar | Besiktas |
Egito | Mohamed Salah | Liverpool |
Marrocos | Achraf Hakimi | Paris Saint-Germain |
Marrocos | Sofyan Amrabat | Manchester United |
Marrocos | Yassine Bounou | Al-Hilal |
Marrocos | Youssef En-Nesyri | Sevilla |
Nigéria | Victor Osimhen | Napoli |
Senegal | Sadio Mané | Al-Nassr |
Quem pode vencer de novo
Dos atletas acima listados, três já venceram o prêmio Futebolista Africano do Ano: o argelino Riyad Mahrez, em 2016, o egípcio Mohamed Salah, em 2017 e 2018, e o senegalês Sadio Mané, em 2019 e 2022. (em 2020 e 2021 não houve premiação.)
Salah e Mané têm em 2023 a chance de se igualarem ao liberiano George Weah e ao ganês Abedi Pele em número de conquistas. Mas os recordistas, com quatro vitórias, seguirão sendo o camaronês Samuel Eto’o e o marfinense Yaya Touré.
O efeito Catar
Marrocos conta com quatro representantes entre os dez finalistas, mais do que qualquer outro país. Não é difícil entender o porquê disso. Em Catar 2022, os leões-do-atlas tornaram-se a primeira seleção do continente africano a alcançar a fase semifinal de uma Copa do Mundo.
Naquele torneio brilharam principalmente o lateral-direito Achraf Hakimi e o meio-campista Sofyan Amrabat. O goleiro Yassine Bounou e o atacante Youssef En-Nesyri foram incluídos muito devido ao que fizeram a serviço do Sevilla na campanha que culminou no título da Liga Europa 2022–23.
Ainda sobre a Copa do Mundo, talvez ela seja o principal motivo da inclusão do camaronês Vincent Aboubakar. Os leões indomáveis caíram na fase de grupos, mas o atacante marcou dois gols (inclusive o da primeira derrota do Brasil para uma seleção africana em Mundiais da FIFA).
Os heróis de Nápoles
A inclusão de outro camaronês, o volante André-Frank Zambo Anguissa, se explica principalmente pelo seu papel no Napoli durante a temporada passada. A equipe da Campânia venceu a Serie A após 33 anos (com cinco rodadas de antecedência), e o «polvo azul» foi titular indiscutível sob o comando do hoje treinador da seleção italiana, Luciano Spalletti.
É também por isso que, apesar dos inegáveis méritos dos outros nove atletas que podem ser eleitos o melhor africano, o favorito é mesmo o atacante nigeriano Victor Osimhen. As superáguias nem sequer se classificaram à mais recente Copa do Mundo, mas o que o camisa 9 dos partenopei fez no bel paese em 2022–23 não será esquecido tão cedo.
Osimhen marcou 26 gols em 32 partidas daquele Campeonato Italiano, e nesse percurso quebrou dois recordes: o de africano com mais gols em uma única temporada de Serie A (recorde esse que até então pertencia a Eto’o, ex-jogador da Internazionale) e o de africano com maior número de gols na Serie A (recorde esse que pertencia a Weah, ex-Milan).
Concluímos com a observação de que, se confirmar o seu favoritismo, o nigeriano será o primeiro a vencer os prêmios de Jogador do Ano e de Jogador Jovem do Ano (o qual conquistou em 2015). O único outro candidato que pode conseguir esse mesmo feito no próximo dia 11 é Hakimi, que foi o Jogador Jovem do Ano duas vezes (em 2018 e 2019).