Com os novos reforços, o Criciúma busca ser mais eficaz ofensivamente em comparação à temporada passada.
O ano de 2014 foi o último em que o Criciúma disputou a Série A, e já é palpável a ansiedade da torcida pelo retorno do tigre à elite do Campeonato Brasileiro. Mas hoje a equipe comandada por Cláudio Tencati tem um objetivo que de modo algum pode ser negligenciado: conquistar o Campeonato Catarinense pela primeira vez desde 2013.
O Criciúma terminou 23 das 38 rodadas da Série B 2023 entre os quatro primeiros. Verificou-se maior instabilidade no segundo turno, mas nas seis rodadas finais Tencati e seus comandados conquistaram 72% dos pontos possíveis (13/18) para terminar em terceiro lugar com 64 pontos a todo —um a mais que Novorizontino, Mirassol e Sport, que terminaram respectivamente em quinto, sexto e sétimo—.
Teria sido bem menos turbulento o retorno à elite se os carvoeiros tivessem chegado às redes com maior frequência: foram 45 gols pró (1,18 por jogo). Nesse sentido verificou-se certa dependência do meia Fellipe Mateus, que terminou como um dos dois líderes da competição no quesito assistências (nove) e, de acordo com o site Sofascore, foi quem mais criou grandes oportunidades de gol (treze).
No que se refere aos atletas que se despediram do clube recentemente, parece-nos que a principal perda foi Arilson. Titular durante toda a temporada passada, o volante de 30 anos tomou o rumo do Coritiba a custo zero.
Por outro lado, Fellipe Matheus, hoje com 33 anos, permaneceu. E o seu desempenho na primeira fase do Campeonato Catarinense mostra que segue sendo importante: foram cinco gols e uma assistência em onze rodadas.
De fato, permaneceram os quatro atletas que mais tiveram minutos com a camisa do Criciúma em 2023: além do já citado Fellipe, seguem a serviço do tigre o goleiro Gustavo, o zagueiro Rodrigo e o lateral-esquerdo Marcelo Hermes.
Todos eles seguem como titulares, com destaque para Gustavo. Sendo ele um dos colíderes em média de defesas por jogo no Estadual (4,3), o camisa 1 é o maior responsável pela média de 0,71 gol sofrido (12/17) pela equipe em 2024.
Apesar do que dissemos sobre a produtividade ofensiva dos carvoeiros na Segunda Divisão passada, não foi insatisfatório o aproveitamento do atacante Éder Citadin. Por ter marcado nove gols nas 26 vezes em que entrou em campo, o ítalo-brasileiro terminou o torneio com média de um gol a cada 211 minutos.
Seria ele um titular também na nova temporada? Era difícil dizê-lo, porque o veterano centroavante (já está com 37 anos) vinha sendo incógnita do ponto de vista físico. Além disso, ele precisaria concorrer com algum ou alguns dos reforços que o clube sem dúvida traria para a disputa da Primeira Divisão.
Mas, antes de mencionar reforços, precisamos falar de Felipe Vizeu. Sua evolução tem sido notável: na temporada anterior, o atacante hoje com 27 anos marcou seis gols em 21 partidas; nesta, marcou cinco em 15 partidas. É por isso que, em condições normais, ele é sempre um dos titulares de Tencati.
A importância de Éder Citadin para o Criciúma versão 2024 tornou-se evidente em 28 de fevereiro, visto que então foi ele o escolhido para formar a dupla de ataque com Felipe Vizeu na visita aos mato-grossenses do Operário de Várzea Grande, pela primeira fase da Copa do Brasil. (Os catarinenses avançaram à fase seguinte com o empate por 0 x 0.)
Naquele dia Tencati pôs entre os suplentes um dos principais reforços para 2024: o atacante Renato Kayzer. Hoje com 28 anos, o jogador revelado pelo Vasco teve de imediato a oportunidade de se firmar em seu novo clube porque Citadin se lesionou na primeira partida da temporada (a vitória por 2 x 0 sobre o Marcílio Dias pela Recopa Catarinense).
Após marcar dois gols nos primeiros oito jogos como titular no Catarinense, Kayzer ainda não parece ter conquistado a confiança da torcida. Para tornar a vida ainda mais difícil para ele, há quatro dias o clube anunciou um reforço de peso: o francês naturalizado quinxassa-congolês Yannick Bolasie, de 34 anos (ex-Crystal Palace, Everton e Sporting).
Tendo terminado a primeira fase do Estadual como o líder, o Cricíuma enfrentou o oitavo colocado, o Hercílio Luz, nas quartas de final. O jogo de ida, realizado em 9 de março na cidade de Tubarão, terminou empatado por 1 x 1; o de volta, realizado no dia 17 na cidade de Criciúma, terminou 2 x 1 para os anfitriões.
Entre um e outro encontro com o Hercílio Luz houve a visita ao Brasiliense pela segunda fase da Copa do Brasil. Outra vez o ataque do Criciúma foi Vizeu e Citadini, e o segundo marcou o gol dos catarinenses no empate por 1 x 1. (Nos pênaltis, Gustavo realizou duas defesas para garantir o avanço à terceira fase.)
O mais recente compromisso da equipe comandada por Cláudio Tencati foi há três dias, quando perdeu por 2 x 1 fora para o Barra pela ida das semifinais do Campeonato Catarinense. Kayzer e Vizeu foram titulares, mas não chegaram às redes. Será que no jogo de volta (hoje) veremos o retorno de Éder ao onze inicial?
E será que os quatro atacantes aqui mencionados (um deles, não custa enfatizar, ainda nem estreou) darão à torcida carvoeira motivos suficientes para crer na permanência na Série A do Brasileiro? Isso é o que veremos a partir de abril. Por enquanto, as atenções estão voltadas para a reconquista do Estadual.