Após conquistar o «scudetto» com o Napoli, o toscano de 64 anos tem a oportunidade da vida à frente da seleção nacional.
[Traduzido e adaptado de «Nazionale: Spalletti si tinge ancora d’azzurro, è il nuovo Ct dell’Italia».]
A Federação Italiana de Futebol anunciou em 13 de agosto a surpreendente saída de Roberto Mancini (por decisão dele próprio) do comando técnico azzurro. Cinco dias depois deu-se o anúncio da chegada de Luciano Spalletti, que então se encontrava no início de um período de descanso sabático. É o ápice da trajetória deste técnico de 64 anos nascido em Certaldo (região da Toscana), que começou na Serie C1 e ascendeu até chegar ao ponto de treinar algumas das principais equipes da Itália.
Mais significativa que todas as suas aventuras foi a última. Tendo chegado ao Napoli dois anos atrás, Spalletti conduziu os da Campânia à conquista da Serie A 2022–23. O toscano juntou-se a Ottavio Bianchi e Alberto Bigon como os únicos treinadores a terem conseguido tal feito pelos partenopei. Sob seu comando, o Napoli soube divertir e se divertir jogando futebol. Veremos se, à frente da Itália (em que comandará alguns atletas que conhece bastante bem), ele conseguirá algo parecido.
Foi um longo caminho por ele traçado desde 1994, quando começou a treinar o Empoli na terceira divisão italiana. Entre 2009 e 2014, quando treinou os russos do Zenit, este ex-meio-campista deixou emergir um temperamento até certo ponto irascível em conferências de imprensa que ainda hoje são lembradas. Mas, agora, o momento é de união. Spalletti precisará ajudar os azzurri a se recuperarem do desastre que representou ficar fora de mais uma Copa do Mundo.
Os desafios são muitos e consideráveis, a começar pela luta para chegar à Euro 2024. Nas eliminatórias para esse torneio, os italianos perderam uma partida e venceram outra até aqui. E a próxima é contra a mesma Macedônia do Norte que acabou com suas chances de chegar a Catar 2022. Mas, além de todas essas especificidades, o objetivo de Spalletti é o mesmo de seus dias no Napoli: vencer e divertir(-se). As cores também são quase as mesmas, exceto que o azul da Itália é de tom mais escuro.
Antes de Mancini informar-lhe de sua saída, a FIGC (Federazione Italiana Giuoco Calcio) havia incluído dois ex-jogadores, Andrea Barzagli e Gianluigi Buffon, para auxiliá-lo. O primeiro chegou dois anos atrás para ser colaborador técnico, o segundo chegou mês passado para ser chefe de delegação. Ambos permanecem com a vinda de Spalletti, exercendo os mesmos papéis. O técnico de Certaldo traz consigo o auxiliar Marco Domenichini, o assistente Daniele Baldini e o preparador físico Francesco Sinatti.
Assim como o homem que o precedeu, Spalletti será mais que um simples selecionador. Ele também coordenará as seleções sub-20 e sub-21 da Itália. De fato, esse foi um dos motivos que tornaram o convite da FIGC quase irrecusável para este homem que, pouco antes, teria rejeitado uma oferta para treinar na Liga Saudita. Essa suposta recusa apenas fortaleceu a impressão de que o seu período sabático duraria até o fim da atual temporada europeia. No fim das contas, o descanso durou pouco mais de dois meses.
Serão duas as partidas da Itália nesta terceira Data FIFA de 2023, ambas pelas Eliminatórias da Euro 2024. No próximo dia 9 haverá a visita à Macedônia do Norte, em Skopje; no dia 12 haverá a recepção à Ucrânia, em Milão.
Dificilmente veremos o toscano se afastar do 4-3-3 que deu tão certo quando treinou os campanos na última Serie A. Mas também é possível que o vejamos adotar o 4-2-3-1, como se viu nos tempos em que treinou a Roma (2016 a 2017) e a Internazionale (2017 a 2019).
Na baliza parece improvável que alguém desbanque Gianluigi Donnarumma (Paris Saint-Germain). Mais incerta é a escolha de zagueiros. Os principais candidatos à dupla central parecem ser Alessandro Bastoni (Internazionale), Giorgio Scalvini (Atalanta) e Alessio Romagnoli (Lazio). Para as laterais há poucas dúvidas: Giovanni Di Lorenzo (Napoli) na direita, e Federico Dimarco (Inter) na esquerda.
No centro do campo os favoritos à titularidade parecem-nos Sandro Tonali (Newcastle) e Nicolò Barella (Inter). Outros dois nomes merecem ser levados em conta: Manuel Locatelli (Juventus) e Bryan Cristante (Roma). E isso porque deixamos de fora Lorenzo Pellegrini (Roma) e David Frattesi (Inter). Esses dois jogadores, que tendem a atuar como meio-campistas, também podem ser utilizados como atacantes.
Para as pontas encontramos opções como Federico Chiesa (Juventus), Giacomo Raspadori (Napoli) e Matteo Politano (Napoli). Para o centro do ataque os dois principais nomes são Ciro Immobile (Lazio) e Mateo Retegui (Genoa). Em futuras convocações espera-se que ganhem oportunidades atletas que estiverem se destacando no Campeonato Italiano (cuja terceira rodada ainda está para ser concluída).
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