O «verdão» chegou a 2024 em contagem regressiva para quando não mais tiver seu menino-prodígio.
Em 21 de julho deste ano o atacante Endrick completa 18 anos. Apenas então se dará a sua troca do Palmeiras pelo Real Madrid (uma venda acertada ainda em dezembro de 2022).
Neste texto abordaremos a atuação da diretoria alviverde nesta primeira janela de mercado de 2024 e o que se requer para que a equipe chegue ainda mais forte ao segundo semestre.
Antes da estreia na nova temporada o Palmeiras havia trazido três jogadores. Ainda em novembro do ano passado deu-se o anúncio do mais caro desses reforços: o verdão pagou 7 milhões de dólares ao Racing para ter o volante Aníbal Moreno. A expectativa era de que o argentino disputasse posição com o colombiano Richard Ríos.
Em dezembro veio o anúncio do ponta/centroavante Bruno Rodrigues, que nas duas últimas temporadas defendeu o Cruzeiro por empréstimo do Tombense. Infelizmente pouco pudemos vê-lo em campo, por ter se lesionado em 24 de janeiro (segunda rodada do Paulistão). Espera-se o seu retorno daqui a cinco ou seis meses.
No quinto dia de 2024 chegou o lateral-esquerdo Caio Paulista, que em 2023 defendeu o São Paulo por empréstimo do Fluminense. Suas perspectivas de desbancar o uruguaio Joaquín Piquerez pareciam pequenas; talvez tenha sido esse o motivo de, ao se apresentar, o novo reforço ter dito que poderia atuar como ponta.
Nenhum dos recém-chegados tinha menos de 24 anos, e suas trajetórias até aquele momento não indicavam que se tornariam peças-chave para Abel Ferreira (exceto talvez por Moreno). Mas todos contribuíam para que em 31 de janeiro o clube aparecesse no site Transfermarkt como o de elenco mais valioso do Brasil.
É claro que o valor de mercado do Palmeiras cairá drasticamente em julho, quando o atacante Endrick (avaliado em 45 milhões de euros) se transferirá para o Real Madrid. Mas tampouco devemos esquecer que ainda era 8 de janeiro quando os russos do Zenit confirmaram a compra do atacante Artur, por 15 milhões de euros.
A perda de Artur foi tão impactante que levou o departamento de futebol a repensar seus movimentos nesta primeira janela de 2024. Até ali, a prioridade era um meia para ser suplente de Raphael Veiga; mas, dali em diante, tornou-se da mais alta importância trazer um atacante que atuasse pelas extremidades do campo.
Após a vitória de 28 janeiro sobre o Santos (2 x 1 no Allianz Parque), Abel pediu publicamente quatro reforços: um zagueiro canhoto, um meia, um ponta e um centroavante. O português esperava que tais demandas fossem atendidas até 16 de fevereiro, quando se encerram as inscrições para o Paulistão.
A retomada na busca por um meia sinalizava mudança de planos em relação a Eduard Atuesta, anunciado três dias atrás no Los Angeles FC por empréstimo. Em vez do colombiano escolheu-se para ser o suplente de Veiga o jovem de 22 anos Rômulo, do Novorizontino, que só chega depois do Estadual.
Em relação a um centroavante supomos que faltava confiança em José Manuel «Flaco» López. Não parecia que seria assim: em janeiro o argentino interessava ao River Plate, mas a diretoria do Palmeiras não se interessou em negociá-lo porque naquele momento o via como possível sucessor de Endrick.
Em relação à busca por um zagueiro canhoto a questão é muito simples: no lado esquerdo da zaga o titular costuma ser Murilo, cujo pé preferencial é o direito. Quanto à busca por um ponta (bastante lógica após a lesão sofrida por Bruno Rodrigues), esta terminou com o empréstimo de Lázaro (Almería).
Além dos já citados Murilo, Joaquín Piquerez, Raphael Veiga e Endrick, podemos listar o goleiro Weverton, o zagueiro paraguaio Gustavo Gómez e o volante Zé Rafael como jogadores que chegaram a 2024 com estatuto elevado na hierarquia do plantel.
Talvez nunca vejamos em campo o suposto onze ideal do Palmeiras para o primeiro semestre de 2024. Hoje termina o Pré-Olímpico Sul-Americano, o que significa que Endrick volta em breve; mas o ponta Dudu está lesionado e assim seguirá no mínimo até maio.
Depois que Dudu se lesionou (agosto de 2023) verificou-se uma mudança de esquema tático: o 4-3-3 deu lugar ao 3-5-2. Mas primeiro vamos imaginar o atual time-base do verdão com ele e o esquema habitual durante o primeiro semestre do ano passado:
Weverton;
Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Joaquín Piquerez;
Richard Ríos (Aníbal Moreno), Raphael Veiga e Zé Rafael;
Mayke, Endryck e Dudu.
Com os jogadores hoje à disposição, o time-base parece mais próximo àquele que enfrentou o São Paulo sete dias atrás pela Supercopa do Brasil. Eis uma possível escalação do Palmeiras para o início da fase eliminatória do Campeonato Paulista, em março:
Weverton;
Marcos Rocha (Luan), Gustavo Gómez e Murilo;
Mayke, R. Ríos (A. Moreno), R. Veiga, Zé Rafael e J. Piquerez;
Endrick e Rony (Lázaro).
Até aqui praticamente ignoramos os jovens vindos da base. Não só o meia/ponta Luis Guilherme, de 18 anos, é uma aposta; o ponta Estêvão Willian, de 16, é um jogador de quem se espera muito devido ao que apresentou na última Copa do Mundo Sub-17.
Quem também participou daquele torneio foi Luighi, de 17 anos. Por suas características, é ele o jogador com maior probabilidade de ser o sucessor de Endrick. Mas o departamento de futebol ainda não o considera pronto para ser o homem-gol da equipe principal.
Quando Endrick partir para o Real Madrid, talvez a diretoria tenha trazido um centroavante com o estatuto de indiscutível. Seja como for, o Palmeiras seguirá forte; afinal, a maioria dos atletas se lembra bem de como era jogar —e vencer— sem o atual camisa 9.
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