Robert Scheidt e Torben Grael se aposentaram como os atletas olímpicos mais prolíficos da história do Brasil, marca que permanece de pé até hoje
Mesmo perdendo algumas edições dos Jogos Olímpicos já na reta final de sua carreira, quando ainda tinha chances de disputar bem, Grael tem no seu currículo esse feito de ser o atleta brasileiro com maior número de medalhas, possuindo cinco no total.
Parte de uma família bem envolvida no esporte, que teve múltiplos medalhistas olímpicos, Grael se tornou o atleta de mais destaque entre seus irmãos.
Natural de São Paulo, Grael cresceu em Niterói e foi no Rio de Janeiro onde teve as primeiras experiências com o esporte, velejando na Baía da Guanabara.
O currículo desse esportista brasileiro tem como destaque seu desempenho em Olimpíadas, mas possui uma lista bem mais longa de troféus, incluindo incríveis seis Campeonatos Mundiais.
Grael fez a sua estreia nos Jogos de Los Angeles e levou a prata na classe Soling, formando o time brasileiro junto de Daniel Adler e Ronaldo Senfft. A equipe norte-americana ficou com o ouro naquela ocasião.
Essa medalha em Los Angeles foi a única conquistada por Grael na classe Soling, alcançando as suas outras quatro na classe Star, três vezes acompanhado por Marcelo Ferreira e na outra por Nelson Falcão. Os melhores resultados de Grael vieram em 1996 e 2004, conquistando as suas duas medalhas de ouro.
Reconhecido por seus feitos históricos, Torban Grael foi o porta-bandeira da delegação brasileira em 2004 ao lado de Gustavo Borges da natação. O velejador também teve essa oportunidade mais cedo em sua carreira nos Jogos Pan-Americanos, levando a bandeira brasileira em 1995.
A família Grael seguirá representada em 2024, isto por conta da presença de Martine Grael na delegação brasileira em Paris. A filha de Torben igualou o pai em medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos, conquistando o primeiro lugar na classe 49erFX tanto em 2016 quanto em 2020.
Além de ter igualado o número de medalhas de Grael, Scheidt tem uma marca ainda mais impressionante pelo fato de ter conseguido as suas cinco medalhas em edições consecutivas dos Jogos Olímpicos.
Competindo nas classes Star e Laser, o atleta natural de São Paulo se colocou na primeira prateleira de esportistas olímpicos na história do Brasil.
Diferentemente de Grael, Scheidt conquistou sua primeira medalha de ouro logo na estreia em Jogos Olímpicos, levando a melhor na classe Laser, superando o britânico Ben Ainslie e o norueguês Peer Moberg, que comporam o pódio.
Foi na classe Laser pela qual Scheidt encontrou seu maior sucesso no esporte. Scheidt e Ainslie novamente tomaram os dois primeiros lugares do pódio em 2000, mas foi o britânico quem levou a melhor, deixando o brasileiro com o vice.
Sem a disputa com Ainslie em 2004, já que o britânico mudou de classe, Scheidt chegou ao seu segundo ouro e última medalha na classe Laser.
Acompanhado de Bruno Prada, Scheidt acumulou mais duas medalhas na classe Star em 2008 e 2012.
Na sua quarta aparição nos Jogos Olímpicos, condecorado com múltiplas medalhas de ouro, Scheidt teve a honra de ser porta-bandeira do Brasil pela primeira vez em 2008.
Scheidt também foi porta-bandeira do Brasil nos Jogos Pan-Americanos em 1999, quatro anos após Grael havia recebido essa oportunidade.