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Jogos Olímpicos: Adhemar Ferreira marcou época no atletismo

O Brasil disputou os Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1920, mas o caminho até conseguir seu primeiro bicampeão demorou algumas décadas, com Adhemar Ferreira alcançando esse feito em 1956

Início tardio não limitou esse nome lendário do esporte brasileiro

Adhemar Ferreira da Silva não cresceu praticando saltos triplos, longe disso, apenas teve suas atenções direcionadas para o atletismo quando já tinha 18 anos.

Mesmo começando tarde, o atleta que nasceu na capital paulista em 1927 se tornou um dos grandes nomes do salto triplo, encontrando enorme sucesso na década de 1950, em especial.

Adhemar esteve presente nas Olimpíadas pela primeira vez em 1948 e terminou na oitava colocação em Londres, pulando 14.49 metros. Aquele desempenho por si só foi louvável para a primeira aparição de um atleta que não teve as mesmas oportunidades de vários dos seus competidores, começando mais tarde no esporte.

Sucesso e quebra de recordes em 1952 e 1956

A evolução da primeira para a segunda aparição de Adhemar Ferreira nas Olimpíadas foi sensacional. O atleta brasileiro chegou a Helsinque embalado pela medalha de ouro que havia conquistado nos Jogos Pan-americanos de um ano anterior, além de outros grandes desempenhos e não decepcionou na Finlândia.

Na decisão do salto-triplo, o desempenho de Adhemar Ferreira da Silva triplo entrou para a história. O brasileiro quebrou o recorde mundial múltiplas vezes a caminho da vitória.

Ilustrando o domínio do brasileiro na modalidade, Leonid Shcherbakov ficou com a medalha de ouro e a sua melhor marca sequer chegou aos 16 metros. O melhor salto do brasileiro naquela competição foi de 16.22 metros, ultrapassando 16 múltiplas vezes.

Quatro anos depois, ainda mais reconhecido, Adhemar já iniciou os Jogos Olímpicos em destaque sendo o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura em Melbourne.

Detentor do recorde mundial em 1956, tendo o alcançado um ano anterior nos Jogos Pan-americanos, Adhemar cresceu dentro da competição e eventualmente pôde defender o seu título.

Esta segunda medalha de ouro tem um significado histórico enorme, representando a primeira vez que um brasileiro ganhou múltiplas medalhas de ouro no atletismo. Atualmente Adhemar segue como único brasileiro com múltiplos ouros no atletismo.

Ao longo da história outros três atletas se juntaram a este seleto grupo de brasileiros com ouro no atletismo, Joaquim Cruz, Mauren Maggi e Thiago Braz.

A última aparição de Adhemar nas Olimpíadas não teve o resultado que o mesmo esperava, mas não deixou de apresentá-lo mais um feito inédito. O campeão olímpico foi novamente o porta-bandeira do Brasil em 1960.

Criador de uma tradição duradoura

Existem outras instâncias anteriores de equipes de futebol, por exemplo, realizando uma volta olímpica após um título, caso do Uruguai em 1924, mas se tratando de desempenho individual, Adhemar foi pioneiro.

Em 1952, o atleta brasileiro se tornou o primeiro a realizar uma volta olímpica após conseguir uma medalha de ouro, celebrando o seu triunfo no salto-triplo em Helsinque.

Adhemar construiu uma relação especial com o povo finlandês que permaneceu viva décadas após seu desempenho bem-sucedido nos Jogos de Helsinque. Entre tantas qualidades, o atleta brasileiro era um poliglota e.por falar o idioma local fluentemente, Adhemar se comunicou bem com a torcida durante o evento.

Após quatro aparições nos Jogos Olímpicos, o bicampeão do salto triplo se aposentou desta competição histórica aos 33 anos.

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