Existem bons exemplos de futebolistas hoje que, mesmo com idade considerada já avançada, se mantêm atuando em bom nível.
Neste texto, citamos três jogadores do passado que em fim de carreira fizeram grandes temporadas em solo brasileiro.
Nascido em 1954, o paraibano Júnior foi revelado pelo Flamengo em 1974. Tendo conquistado como lateral-esquerdo do Rubro-Negro da Gávea todos os grandes troféus possíveis, transferiu-se em 1984 para o Torino, e em 1987 para o Pescara. Foi no futebol italiano que se tornou meio-campista, posição na qual também jogaria ao voltar, em 1989, ao clube que o revelou para encerrar a carreira.
Nessa segunda passagem pelo Flamengo, Júnior conquistou primeiro a Copa do Brasil, em 1990, e em seguida o Campeonato Carioca, em 1991. Seu momento de maior destaque, no entanto, estava reservado para o Campeonato Brasileiro de 1992. Aos 38 anos, o “Maestro” foi o grande nome do quarto título do Urubu na competição e conquistou a Bola de Ouro da revista Placar como o seu melhor jogador.
O “Vovô-Garoto” (outro de seus apelidos) encerrou a carreira em 1993. Nesse mesmo ano tornou-se técnico do Flamengo, e no restante da década fez bastante sucesso como jogador de futebol de areia.
Nascido em 1955, o mineiro Toninho Cerezo foi revelado pelo Atlético-MG em 1972. Afora uma breve passagem por empréstimo pelo Nacional de Manaus, esse meio-campista jogou apenas no Galo até 1983, quando se transferiu para a Roma. Em 1986 foi para a Sampdoria, pela qual foi campeão italiano em 1990–91 e vice-campeão europeu em 1991–92. No segundo semestre de 1992, voltou ao Brasil para jogar no São Paulo.
Seu primeiro título pelo novo clube foi a Copa Intercontinental, naquele mesmo ano. Tendo participado também da conquista da Copa Libertadores de 1993, o “Patrão da Bola” eternizou-se como um ídolo no Tricolor do Morumbi graças à sua atuação na Copa Intercontinental que viria a seguir. Na vitória sobre o Milan por 3 x 2, Cerezo, então com 38 anos, fez um dos gols do time brasileiro e foi eleito o melhor em campo.
Devido a desentendimentos com o técnico Telê Santana, Cerezo foi para o Cruzeiro no ano seguinte. Em seguida jogaria pelo Paulista de Jundiaí e novamente pelo São Paulo até encerrar a carreira no Atlético-MG, em 1997, aos 42 anos.
Nascido em 1972, na Sérvia (então parte da Iugoslávia), o meia Dejan Petković foi revelado em 1988 pelo Radnički, de Niš. Sua primeira experiência brasileira foi no Vitória (1997 a 1999), por empréstimo do Real Madrid. Foi ídolo no clube baiano e também nos cariocas Flamengo (2000 e 2002), Vasco (2002–2003 e 2004) e Fluminense (2005–2006). Após passagens não tão boas por Goiás, Santos e Atlético-MG, retornou ao Urubu em 2009.
Nessa segunda passagem pela Gávea, “Pet" surpreendeu ao brilhar no Campeonato Brasileiro em que o Flamengo conquistou o seu quinto título. Então com 37 anos, o meia recebeu a sua terceira (e última) Bola de Prata, e não teria parecido nem um pouco estranho se tivesse recebido também a de Ouro (que foi para o atacante Adriano, seu companheiro de equipe).
O sérvio continuaria no clube até 2011, quando se aposentou. Nos anos seguintes, teve experiências como treinador e comentarista esportivo, e em 2022, por incrível que pareça, voltou a jogar (com 49 anos) para disputar a segunda divisão sérvia pelo Real Niš.
A lista acima é assumidamente arbitrária. Poderíamos (ou até deveríamos) ter falado com detalhes também de outros atletas, dos quais mencionaremos três.
Um é o zagueiro Mauro Galvão, que, aos 36 anos, foi o capitão do Vasco na conquista da Copa Libertadores de 1998. Outro é o meia holandês Clarence Seedorf, que, aos 37 anos, liderou o Botafogo na conquista do Campeonato Carioca de 2013. Por fim, como não citar o lateral-esquerdo Zé Roberto, que, aos 42 anos, brilhou no Palmeiras que conquistou o Campeonato Brasileiro de 2016?
Hoje, na Europa, encontramos exemplos de jogadores de idade relativamente avançada em atuação por grandes clubes, como o argentino Lionel Messi (35 anos, Paris Saint-Germain), o croata Luka Modrić (37 anos, Real Madrid) e o português Cristiano Ronaldo (37 anos, Manchester United).
Esses três nomes têm em comum terem sido eleitos os melhores do mundo pela FIFA (Modrić uma vez, Cristiano cinco, Messi seis). E todos eles podem também se inspirar nos exemplos antes mencionados para mostrar, uma vez mais, que um jogador que se preserva fisicamente pode continuar fazendo a diferença mesmo com o fim da carreira próximo.
Nós utilizamos cookies para oferecer um serviço melhor e mais personalizado. Para mais informações, consulte a nossa Política de Cookies
A conta deve estar verificada antes da ativação. Retornos excluem valor de aposta em Créditos de Aposta. São aplicados T&Cs, limites de tempo e exclusões.