O intercâmbio Brasil–Arábia no futebol vem sendo intenso, como mostram os diversos exemplos de jogadores brasileiros atualmente no Oriente Médio.
[Artigo originalmente publicado em 30 de agosto de 2022.]
Não é de hoje que a Península Arábica — ou Arábia, a depender de como se queira delimitar essa região — atrai jogadores de futebol vindos das mais diversas partes do mundo.
Entre os mais ilustres desses estrangeiros estão os brasileiros. Neste texto, falaremos de alguns que disputarão a temporada 2022–2023 pelas ligas árabes mais competitivas da Ásia.
Antes de qualquer coisa, é importante definirmos que região é essa de que estamos falando e quais os países que dela fazem parte.
A Península Arábica é uma parte do continente asiático banhada pelo Mar Vermelho (ao oeste e ao sudoeste), pelo Oceano Índico (ao sul, ao sudeste e ao leste) e pelo Golfo Pérsico (ao nordeste).
Seis países estão localizados nesta que é a maior península do mundo: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Kuwait e Omã.
Também fazem parte da Península Arábica o sul do Iraque e o sul da Jordânia.
Por ser uma ilha, o Bahrein não poderia ser considerado parte de península alguma, mas é costume integrá-lo numa região um pouco mais ampla chamada Arábia.
Independentemente de incluirmos ou não Iraque, Jordânia e Bahrein como parte da Arábia, está bem claro quais são as suas três ligas mais fortes.
Para tomarmos conhecimento disso, basta ver o ranking de competições de clubes da Confederação Asiática de Futebol, a AFC (em inglês, Asian Football Confederation).
A cada ano, a AFC confere pontos às equipes de seus países-membros de acordo com os seus desempenhos nas edições mais recentes da Liga dos Campeões da AFC e da Copa da AFC.
No ranking utilizado para definir quantos clubes de cada país participariam da atual Liga dos Campeões, os árabes mais bem colocados eram, respectivamente, Catar, Arábia Saudita e EAU.
Vejamos abaixo quem são os principais atletas brasileiros em atuação nessas três ligas.
O atual campeão da Liga das Estrelas do Catar é o Al-Sadd, que conquistou o seu 16.º título em 2021–22. O único brasileiro da equipe — cujo técnico é o recém-chegado espanhol Juanma Lillo — é o volante Guilherme (ex-Corinthians).
No elenco do segundo colocado, o Al-Duhail, não há brasileiros. Já no elenco do terceiro, o Al-Wakrah, há o lateral-esquerdo Lucas Mendes (ex-Coritiba).
Recentemente, o Qatar SC, nono colocado na temporada passada, contratou por empréstimo o volante Matheus Jussa, do Fortaleza (ex-Vasco e Internacional).
No Al-Hilal, que sob o comando do argentino Ramón Díaz foi campeão da Liga Profissional Saudita pela 17.ª vez em 2021–22, estão o atacante Michael (ex-Flamengo) e o meia/atacante Matheus Pereira.
O Al-Ittihad, atual vice-campeão, tem o goleiro Marcelo Grohe (ex-Grêmio), o volante Bruno Henrique (ex-Corinthians e Palmeiras), o meia Igor Coronado (que fez toda a carreira no exterior) e o atacante Romarinho (ex-Corinthians).
Outros dos muitos brasileiros na Arábia Saudita são o goleiro Paulo Victor (Al-Ettifaq), o volante Luiz Gustavo (Al-Nassr) e o atacante Anderson Talisca (Al-Nassr). Isso sem falar no técnico do Al-Taawoun, Péricles Chamusca.
Na temporada passada, o Al-Ain conquistou a Liga Profissional Emiradense pela 14.ª vez. Não há brasileiros no elenco dessa equipe que tem como técnico o ucraniano Serhiy Rebrov.
No segundo colocado de 2021–22, o Sharjah, estão o meia Luanzinho (ex-Avaí) e o ponta-esquerda Caio Lucas (que nunca jogou como profissional no Brasil).
Pelo menos dois outros brasileiros nos Emirados Árabes devem ser mencionados: o atacante Gilberto (ex-Internacional, Vasco, São Paulo e Bahia), do Al-Wasl, e o meia Rodrigo Souza (ex-Atlético-MG), do Al-Bataeh — cujo técnico é o também brasileiro Caio Zanardi.
Assim como vários brasileiros se transferiram para clubes da Arábia nos últimos anos, muitos outros fizeram o caminho de volta.
Um caso que chamou a atenção foi o retorno do renomado meio-campista Paulinho ao Corinthians, em dezembro de 2021, após apenas alguns meses no Al-Ahli, da Arábia Saudita.
Em 2022, chegaram ao Botafogo o atacante Victor Sá, o meia Carlos Eduardo, o zagueiro Adryelson e o meia Gabriel Pires. Todos estavam na Arábia (assim como o atual técnico dos cariocas, o português Luís Castro).
Outros repatriados recentes são o atacante Kayke Moreno, do Sport (que passou por diferentes clubes na Península Arábica antes de chegar ao Recife) e o zagueiro Rafael Vaz, do Avaí (que antes de chegar a Florianópolis estava no Catar).
Em suma: embora o propósito deste texto tenha sido falar de brasileiros atualmente na Arábia, não nos surpreenderemos se, antes do fim da temporada 2022–23, alguns deles estiverem jogando novamente em sua terra natal.
Nós utilizamos cookies para oferecer um serviço melhor e mais personalizado. Para mais informações, consulte a nossa Política de Cookies
A conta deve estar verificada antes da ativação. Retornos excluem valor de aposta em Créditos de Aposta. São aplicados T&Cs, limites de tempo e exclusões.