Histórico brasileiro no US Open

Com 15 troféus no total, incluindo simples, duplas e juvenis, o tênis brasileiro tem excelente histórico no Grand Slam norte-americano. Verifique.

O Brasil volta a ter forte presença no US Open, com Thiago Wild, Thiago Monteiro e Bia Haddad Maia confirmados nas suas respectivas chaves de simples, enquanto Gustavo Heide, João Fonseca e Felipe Meligeni vão disputar o quali. Todos eles esperam se juntar a grandes nomes no tênis nacional como Maria Esther, Barnes, Guga e Bruno e fazer história no Grand Slam norte-americano.

Mas enquanto esperamos o arranque da edição de 2024 do torneio, damos uma olhada nesse espetacular histórico brasileiro.

A rainha Maria Esther Bueno

Nas décadas de 50 e 60, o US Open era disputado sobre as quadras de grama de Forest Hills, e foi nessa surpefície que Estherzinha brilhou, conquistando quatro títulos de simples femininos em apenas oito anos (1959, 1963, 1964 e 1966).

No ano desse primeiro título, a brasileira mostrou que era a rainha da grama, pois havia ganho primeiro em Wimbledon, e depois superou a local Christine Turman, pelas parciais de 6/1 e 6/4 em Nova York, fechando a temporada de 1959 como a melhor do mundo.

No ano seguinte, conquistou o título de duplas femininas, em parceria com Darlene Hard, contra quem perdeu a final de simples, mas isso não causou problemas com a norte-americana, tanto que as duas repetiram o triunfo conjunto em 1962.

Depois desses sucessos, Estherzinha somou mais dois troféus de duplas ao seu currículo - em 1966 em parceria com Nancy Richey, e dois anos depois, ao lado da gigante Margaret Court.

Em suas outras três conquistas de simples, o destaque fica para o tri em 1964, quando a paulistana atropelou Carole Graebner pelas parciais de 6/1 e 6/0, vencendo em menos de meia hora.

O tênis masculino brasileiro teve sucesso bem menor. O único semifinalista foi Ronald Barnes, em 1963, mesmo ano em que Thomaz Koch atingiu as quartas. Foi, aliás, a maior participação brasileira num Slam, já que nessa edição Maria Esther foi a campeã.

Duplas em destaque na Era Profissional

Desde que o tênis entrou nessa nova era, o Brasil não venceu mais nenhum título de simples, mas isso não quer dizer que não tenha brilhado, só que os sucessos chegaram nas categorias de duplas e de juvenis.

Com dois títulos de duplas masculinas e dois de mistas conquistados, o grande destaque é sem dúvida Bruno Soares.

O mineiro conseguiu seu primeiro triunfo em 2012, em uma parceria de última hora com a russa Ekaterina Makarova. Os dois levantaram o troféu após uma emocionante vitória pelas parciais de 6/7 (8-10), 6/1 e 12-10 na decisão contra Kveta Pescke e Marcin Matkowski, isso depois de já terem deixado pelo caminho grandes nomes como os então cabeças 2 Mike Bryan e Lisa Raymond, e ainda Bob Bryan/Kim Clijsters.

No ano seguinte, esteve perto do título de duplas masculinas. No entanto, seu parceiro - o austríaco Alexander Peya - chegou contundido à decisão e eles acabaram sendo derrotados em sets diretos (6/1 e 6/3) pela parceria do indiano Leander Paes e do tcheco Radek Stepanek.

O sucesso voltou em 2015. Ao lado da indiana Sania Mirza, o mineiro conseguiu sua segunda conquista de mistas e mais uma vez, em uma final emocionante e muito disputada perante Abigail Spears e Santiago González. A norte-americana e o mexicano sobreviveram a cinco match-points, mas caíram no sexto, para vitória final do brasileiro e da indiana por 6/1, 2/6 e 11-9.

O título de duplas masculinas chegou finalmente em 2016, em uma parceria de sucesso com o escocês Jamie Murray. Os dois haviam vencido o Aberto da Austrália em janeiro desse ano e repetiram o triunfo nas quadras de Nova York, batendo a dupla espanhola composta por Pablo Carreño e Guillermo Garcia-López pelas parciais de 6/2 e 6/3.

Quatro anos depois, Bruno Soares conseguiu seu quarto título no US Open, e segundo em Duplas Masculinas, desta feita ao lado de Mate Pavic.

Apesar de não ter conseguido nenhum troféu, Gustavo Kuerten merece menção honrosa por atingir as quartas de final de simples masculinos por duas vezes: em 1999 e em 2001, tendo caído primeiro perante o francês Cédric Pioline e da segunda vez contra o russo Yevgeny Kafelnikov.

Jovens de sucesso

Se em 2014 João Menezes/Rafael Matos chegaram à final de Duplas Juvenis Masculinas, dois anos depois Felipe Alves teve mais sorte e conquistou, em parceria com Juan Carlos Aguilar, o título.

Em 2018, Thiago Wild chegou ao US Open como sexto pré-classificado para disputar seu último torneio como júnior e o paranaense brilhou, vencendo com parciais de 6/1, 2/6 e 6/2 o troféu juvenil de simples contra o italiano Lorenzo Musetti.

O tênis brasileiro voltou a mostrar grande potencial cinco temporadas depois, pela mão de João Fonseca. Com apenas 17 anos, o carioca deu esperanças para o tênis nacional ao vencer, de virada, uma dura batalha de 1h57 contra o tenista da casa Learner Tien (4/6, 6/4 e 6/3).

Com esse triunfo, Fonseca conseguiu não só o 37º Grand Slam do tênis nacional, mas também a liderança do ranking da ITF.

Títulos do US Open conquistados por tenistas brasileiros

• Simples feminino – Maria Esther Bueno (1959, 1963, 1964, 1966)

• Duplas feminino – Maria Esther Bueno (1960 e 1962, com Darlene Hard; 1966 com Nancy Richey; 1968 com Margaret Court)

• Duplas masculino – Bruno Soares (2016, com Jamie Murray, e 2020, com Mate Pavic)

• Duplas mistas – Bruno Soares (2012, com Ekaterina Makarova)

• Duplas mistas – Bruno Soares (2014, com Sania Mirza)

• Simples Juvenil masculino – Thiago Wild (2018) e João Fonseca (2023)

• Duplas juvenil masculino – Felipe Alves (2016, com Juan Carlos Aguilar)