Realizado oficialmente desde 1968, os desfiles de Carnaval da cidade de São Paulo entram em sua 56ª edição em 2024.
Embora seja reconhecida como a capital econômica do Brasil, a atmosfera séria da cidade cede lugar a uma celebração vibrante durante o Carnaval. Com o início da festividade, as ruas são tomadas por centenas de blocos, enquanto pessoas vestidas a caráter participam animadamente.
Além disso, o sambódromo do Anhembi se transforma em um palco para desfiles, dos quais vem se popularizando tanto, que nada deixam a desejar quando comparado com os desfiles da Sapucaí, no Rio de Janeiro.
Em 1965, o carnaval deu um passo crucial em direção à profissionalização. Com a adesão de Moraes Sarmento, os desfiles começaram a ser transmitidos e comentados nas rádios, conquistando respeito e reconhecimento nas instituições culturais da cidade.
Por volta de 1967, o então prefeito José Vicente Faria Lima, carioca nascido em Vila Isabel e apreciador de samba, oficializou os desfiles na Avenida São João. Em 1968, ele consolidou a festa ao assinar a Lei nº 7.100/67, que regulamentou a promoção do Carnaval pela Prefeitura Municipal de São Paulo, sendo complementada pelo Decreto nº 7.663/68.
Ao enviar o projeto de lei que regulamentaria a promoção do Carnaval pela Prefeitura, o prefeito prometia incentivar os foliões por meio da oferta de prêmios e troféus para as melhores fantasias, blocos, cordões e ranchos.
As normas para o desfile das escolas de samba foram importadas do Rio de Janeiro. No ano seguinte, os cidadãos de São Paulo passaram a contar com arquibancadas e ingressos gratuitos para assistir aos desfiles na Avenida São João, localizada no centro da cidade.
A partir desse momento, a celebração não parou de crescer, demandando mais espaço e resultando na mudança dos desfiles para o Vale do Anhangabaú. Em 1977, as festividades foram transferidas para a Avenida Tiradentes. E em 1991, chegaram ao Sambódromo do Anhembi.
Atualmente os desfiles das escolas de samba paulistas acontece no Sambódromo do Anhembi, uma obra projetada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, responsável também pelo projeto do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.
Tratando-se da maior cidade da América Latina, as escolas de samba que desfilam no carnaval de São Paulo vêm de todas as partes do estado, do sul ao norte, do leste ao oeste. Muitas dessas escolas cresceram juntas aos bairros de suas respectivas cidade, tendo assim um forte reconhecimento cultural.
O principal escalão é o Grupo Especial, e logo abaixo vem o Grupo de Acesso 1. Na sequência vem o Grupo de Acesso 2. Todas essas desfilam no carnaval de São Paulo.
Ao todo serão 33 agremiações desfilando no sambódromo durante os dias de carnaval. Serão onze do Grupo de Acesso 2, quatorze do Grupo Especial e oito do Grupo de Acesso 1.
Além disso, temos ainda o desfile das campeãs, na qual as agremiações vencedoras voltam ao sambódromo, agora em um ritmo mais comemorativo e menos competitivo.
Como mencionado, esse grupo é composto por 14 agremiações, sendo elas:
As duas grandes paixões do Brasil se entrelaçam no Sambódromo do Anhembi durante o Carnaval de São Paulo. As torcidas organizadas conseguiram materializar um movimento que, até então, não havia obtido sucesso em outras capitais, ultrapassando as grades das arquibancadas em direção à avenida.
No Grupo Especial, que reúne a elite do Carnaval, o trio de ferro paulista, composto por São Paulo, Palmeiras e Corinthians, é representado, respectivamente, pela Dragões da Real e Independente Tricolor, Mancha Verde e Gaviões da Fiel.
Entre elas, apenas a Dragões e Independente ainda não conquistaram nenhum título. A Mancha, já possui dois títulos. Já a Gaviões lidera com folga, ostentando quatro títulos. Ainda, temos um representante do Santos, a agremiação Torcida Jovem, hoje no Grupo de Acesso 1.
As onze escolas do grupo de Acesso 2 abrem a folia no sábado, dia 3 de fevereiro, com entrada gratuita para as arquibancadas. Já aquelas do grupo Especial, como Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre e Vai-Vai cruzam a passarela no fim de semana seguinte, dias 9 e 10 de fevereiro.
Encerrando a programação de desfiles de Carnaval, no dia 11 de fevereiro, se apresenta o grupo de Acesso 1. O Desfile das Campeãs está marcado para o dia 17 de fevereiro.
Os jurados analisam nove critérios, e a somatória de pontos em todos esses critérios define a nota total de uma escola. Logicamente, a escola que tiver a melhor nota total é eleita a vencedora. Confira abaixo os quesitos analisados pelos jurados:
1 – Bateria;
2 – Harmonia;
3 – Evolução;
4 – Samba Enredo;
5 – Mestre-Sala e Porta-Bandeira;
6 – Comissão de Frente;
7 – Alegoria;
8 – Enredo;
9 – Fantasia.
A Vai-Vai se destaca como a maior vencedora do Carnaval de São Paulo. Seguida por Nenê de Vila Matilde e Mocidade Alegre, que fecham o top3, ambas com onze títulos. Confira abaixo a lista completa:
Escola de Samba | Títulos |
Vai-Vai | 15 |
Nenê de Vila Matilde | 11 |
Mocidade Alegre | 11 |
Camisa Verde e Branco | 9 |
Rosas de Ouro | 7 |
Gaviões da Fiel | 4 |
Unidos do Peruche | 3 |
Império de Casa Verde | 3 |
X-9 Paulistana | 2 |
Acadêmicos do Tatuapé | 2 |
Mancha Verde | 2 |
Águia de Ouro | 1 |
A partir de 2023 duas agremiações do Grupo de Acesso 2 sobem ao Grupo de Acesso 1, com o descenso do mesmo número de escolas do Acesso 1 para o Acesso 2. Funciona da mesma forma entre o Grupo Especial e o Acesso 1.
A partir de 2025, ocorrerá a ascensão de duas agremiações da Uesp para o Acesso 2, com o mesmo número de escolas sendo rebaixadas. Em resumo, a partir de 2025, todas as três divisões envolvendo a Liga-SP terão o acesso e rebaixamento sempre envolvendo duas agremiações.
A Mocidade Alegre, escola de samba do bairro do Limão, na zona norte da capital paulista, venceu a edição de 2023 do Grupo Especial de Carnaval após 9 anos de jejum. Sua vitória a levou para onze títulos, se posicionando como a segunda escola mais premiada da história.
O público poderá acompanhar os desfiles das escolas de samba de São Paulo através de transmissão da TV Globo e do Globoplay.
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