Selecionamos grandes futebolistas que, se tivessem participado de um Mundial de Seleções, teriam enriquecido muito a história do torneio.
[Traduzido e adaptado de «World Cup: Best players never to feature at the World Cup».]
Por diferentes motivos, alguns dos mais célebres jogadores em suas respectivas épocas jamais tomaram parte no maior dos torneios entre seleções. Falamos aqui de quatro deles.
George Weah (Libéria)
Em qualquer lista dos maiores futebolistas africanos de todos os tempos, o liberiano George Weah é presença obrigatória. Este ex-atacante de passagens memoráveis por Monaco, Paris Saint-Germain e Milan é ainda hoje o único homem nascido no continente a ser eleito o melhor do mundo pela FIFA (1995). Além disso, ele foi considerado em três anos diferentes o melhor jogador africano (1989, 1994 e 1995).
Weah é bastante lembrado por suas cinco temporadas no Milan, nas quais marcou 58 gols em 147 jogos e foi duas vezes campeão da Serie A. Pela Libéria ele marcou 18 gols em 75 jogos. Sua seleção nunca se classificou a uma Copa do Mundo e só se classificou a duas edições da Copa Africana de Nações. Em ambas as vezes (1996 e 2002) as estrelas solitárias tinham Weah, mas caíram ainda na fase de grupos.
Eric Cantona (França)
Apesar de seus 20 gols em 45 jogos pela França, o ex-atacante Eric Cantona é mais querido na Inglaterra. Tendo chegado ao Leeds na metade de 1991–92, ele foi importante na conquista daquele Campeonato Inglês. E, entre 1992–93 e 1996–97, pelo Manchester United, ele conquistou quatro Premier Leagues.
Os anos pós-Michel Platini e pré-Zinédine Zidane foram duros para os bleus, que ficaram fora de dois Mundiais seguidos. Cantona defendeu a seleção entre 1987 e 1995, mas, devido a questões interpessoais e intrapessoais, exerceu papel bastante menor do que deveria se levarmos em conta seu grande talento.
Em 1988 ele chegou a utilizar uma palavra de baixo calão ao ofender publicamente o então técnico da França, Henri Michel, que o havia deixado fora de uma convocação. Após o fracasso da equipe em obter a classificação ao Mundial de 1990, Platini assumiu como treinador e Cantona voltou a representar o país.
Platini se demitiu após a má campanha na Euro 1992, e para o seu lugar veio Gérard Houllier. Foi sob o seu comando que, no Parc des Princes, a França perdeu por 2 x 1 de virada para a Bulgária e deu adeus ao sonho de disputar o Mundial de 1994. O gol dos anfitriões foi marcado justamente por Cantona.
Veio então Aimé Jacquet, que escolheu o atacante dos Red Devils como capitão. Assim foi até janeiro de 1995, quando, em partida contra o Crystal Palace, Cantona agrediu um torcedor que lhe provocou da arquibancada. O francês foi banido do futebol por oito meses e nunca mais representou os bleus.
Ryan Giggs (País de Gales)
Um dos jogadores mais vitoriosos da história é o galês Ryan Giggs. Tendo feito toda a carreira como profissional no Manchester United (1990–2014), este ex-meio-campista/ponta conquistou 35 títulos. Aí estão todos os troféus possíveis para alguém que atue no futebol inglês, com destaque para o recorde de treze Premier Leagues.
Vestindo o vermelho e o branco do País de Gales, Giggs entrou em campo 64 vezes e marcou doze gols. No entanto, ele jamais conseguiu ir muito longe com a seleção. Nos dezesseis anos em que puderam contar com esta lenda do futebol, os Dragons falharam em obter a classificação a qualquer edição da Euro ou da Copa do Mundo.
É uma ironia que em 2016, apenas dois anos após a aposentadoria deste ex-atleta nascido em Cardiff, a seleção galesa tenha pela primeira vez participado de uma Euro. Em 2021 eles conseguiram o mesmo, e em 2022 voltaram a disputar um Mundial. Em todas essas campanhas o grande nome da equipe foi o também já aposentado Gareth Bale.
Alfredo Di Stéfano (Argentina, Colômbia e Espanha)
Nascido em Buenos Aires, Alfredo Di Stéfano representou a Argentina, a Colômbia e a Espanha. Tendo atuado 41 vezes por três diferentes nações, a sua grande conquista foi o Campeonato Sul-Americano de 1947 por seu país natal. No entanto, a seleção sequer participou do torneio qualificatório para a Copa do Mundo de 1950.
Após integrar a famosa «máquina» do River Plate, Di Stéfano se transferiu em 1949 para o Millonarios. Foi nesse mesmo ano que ele brevemente defendeu os cafeteros, o que levou a FIFA a proibi-lo de voltar a atuar pela albiceleste. Em 1953 ele se juntou ao Real Madrid e, após obter cidadania espanhola, em 1957 passou a defender a furia.
Devido à sua primeira troca de nacionalidade, este lendário meia/atacante perdeu a oportunidade de participar do Mundial de 1954. A «flecha loira» disputou as eliminatórias para 1958 pela Espanha, que perdeu a vaga para a Escócia. Os ibéricos se classificaram para o Mundial de 1962, mas Di Stefano perdeu o torneio por lesão.