Dois atacantes do Brasil que jogam na Inglaterra buscam a honra de ser a principal referência ofensiva da seleção no Catar.
Artigo originalmente publicado em 12 de julho de 2022.
Nos primeiros dias de julho, dois brasileiros movimentaram o mercado de transferências entre equipes da Premier League: Richarlison, que trocou o Everton pelo Tottenham Hotspur, e Gabriel Jesus, que trocou o Manchester City pelo Arsenal.
Os novos clubes de Richarlison e Gabriel Jesus, além de serem dos mais tradicionais da Inglaterra (estão entre os seis que nunca foram rebaixados em trinta anos de Premier League), protagonizam uma das maiores rivalidades do país: o Dérbi do Norte de Londres.
Querendo ou não, a rivalidade entre Tottenham e Arsenal se ajusta bem ao momento vivido pelos dois atacantes brasileiros. Porque talvez a seleção brasileira tenha ficado pequena para comportar ambos ao mesmo tempo.
Assim sendo, embora tanto um quanto outro esteja bem cotado para integrar o grupo que, sob o comando de Tite, representará o Brasil na próxima Copa do Mundo, um bom desempenho na capital inglesa será decisivo para as suas pretensões.
Gabriel Jesus
Hoje com 25 anos, Gabriel Jesus chegou ao Manchester City em 2016, e pelos Citizens foram 236 jogos e 95 gols. Foi sempre um jogador importante no elenco do atual campeão inglês, mas nunca se firmou como titular indiscutível para o técnico Pep Guardiola.
A estreia pela seleção brasileira foi também em 2016, e com a Verde-Amarela foram 56 partidas e 19 gols. Nesses anos, notabilizou-se por ter sido o artilheiro do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, com sete gols.
Richarlison
Hoje também com 25 anos, Richarlison chegou ao Everton em 2018, e pelos Toffees entrou em campo 152 vezes e marcou 53 gols. Foram vários os momentos de brilho individual pela sua ex-equipe, que na temporada passada por pouco não foi rebaixada.
Sua estreia na seleção se deu em 2018, e desde então foram 36 jogos e 14 gols. Seu grande momento de destaque com a camisa da Canarinho talvez tenha sido o início das atuais Eliminatórias, quando marcou tanto contra o Peru quanto contra o Uruguai.
As principais ambições dos dois novos clubes de Gabriel Jesus e Richarlison parecem claras: no caso do Arsenal, voltar a disputar uma Liga dos Campeões da UEFA; no caso do Tottenham, passar da fase de grupos na próxima edição desse mesmo torneio.
Quanto aos brasileiros, embora ambos tenham recebido a camisa 9 em seus novos clubes, nem Jesus nem Richarlison são o que se chamaria de centroavantes típicos.
De fato, o que caracterizou a passagem de Jesus por Manchester foi a sua versatilidade, quando atuou em quase todas as posições imagináveis no ataque. Já Richarlison atuava centralizado ou mais aberto pela esquerda em seus anos no Everton.
Em relação ao seu futuro papel no Arsenal, não cabe dúvidas de que Gabriel será um centroavante. É esse o desejo do jogador, e o entendimento de tal desejo por parte do técnico Mike Arteta foi determinante para a sua transferência para Londres.
Já o futuro de Richarlison no Tottenham é bem mais incerto. O inglês Harry Kane e o sul-coreano Son Heung-min são hoje titulares indiscutíveis, e não se sabe se o técnico Antonio Conte pensa em incluir o brasileiro num possível trio de ataque com os dois.
O momento dos dois brasileiros é curioso, visto que ambos tanto podem nem estar entre os convocados para a próxima Copa do Mundo como podem ser titulares da Canarinho.
A primeira possibilidade tornou-se menos provável quando, em 23 de junho, a FIFA anunciou que as seleções que disputarão o Mundial a ser disputado entre novembro e dezembro no Catar poderão levar até 26 atletas (quando antes o máximo eram 23).
Essa foi sem dúvida uma excelente notícia para Tite, que, a essa altura, parece ter apenas três atacantes garantidos no Oriente Médio no fim do ano: Neymar, Vini Jr. e Raphinha.
Como nenhum dos jogadores mencionados no parágrafo anterior é um típico atacante centralizado, Gabriel Jesus ou Richarlison pode muito bem vir a ser o camisa 9 do Brasil no Catar.
Ainda assim, é preciso notar que o que não faltam são opções de qualidade para o ataque: Rodrygo, Matheus Cunha, Roberto Firmino, Antony, Gabriel Martinelli (companheiro de Jesus no Arsenal), Hulk e Gabi.
Nem todos esses atacantes são do tipo ''camisa 9'' (ou mesmo ''falso 9''). Mas todos podem, sim, sonhar com uma vaga no próximo Mundial.
Então, quem seria o jogador mais indicado para ser a referência ofensiva da seleção brasileira — mesmo que tal atleta venha a ser apenas uma opção no banco de reservas?
A resposta de Tite, em entrevista recente para a rádio CBN, não poderia ter sido mais clara: ''Para mim, é o Richarlison''.
Aí está. Se para o próprio técnico do Brasil o nome de seu (possível) camisa 9 já está definido, quem se atreveria a contrariá-lo?
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