O Grande Prémio do Mónaco é um dos eventos mais esperados da Fórmula 1, recheado do glamour tantas vezes associados à mais alta classe de corridas dos desportos motorizados.
Mas porque é que, ano após ano, tantos fãs anseiam pelo regresso da F1 às ruas de Monte Carlo para uma corrida frequentemente descrita como uma aborrecida procissão devido ao traçado estreito?
Com a 79ª corrida ao virar da esquina, examinamos a ligação aparentemente inquebrável entre a F1 e o Mónaco.
A prova está marcada para este domingo, às 14h00, e o piloto “da casa”, o monegasco Charles Leclerc, é favorito, com 10/11 odds de ganhar ao comando do seu Ferrari. Por outro lado, o campeão mundial e actual líder da geral Max Verstappen tem 6/4 odds de conseguir o primeiro lugar do pódio.
À superfície, é fácil de compreender porque é que o casamento entre o desporto automóvel e Monte Carlo é tão forte. As ruas de um dos países mais ricos do mundo parecem ser um local natural para aquele que é muitas vezes considerado um desporto para as elites.
Mas com apenas dois quilómetros quadrados de tamanho, quase não há espaço para a população de 39mil pessoas, quanto mais para montar um circuito de desportos motorizados. E no entanto, tudo isso faz parte do fascínio do Mónaco.
A verdade é que o espectáculo que se consegue com os carros de Fórmula 1 a passarem pelo Casino de Monte Carlo, a invadirem o túnel e a acelararem pelos troços da marina e da piscina, companhado pela espantosa imagem de fundo da Cote d'Azur, é inigualável.
E apesar de algumas pistas terem tentado igualar o esplendor do Mónaco, principalmente Singapura, Abu Dhabi e Miami que se estreou este ano no calendário de Fórmula 1, a corrida urbana original permanece intocável. É todo um espectáculo, recheado e apreciado por imensas celebridades presentes para ver e serem vistas.
Os VIPs lotam os iates no porto e as muitas varandas com vista sobre a pista, que quase não mudou desde a realização do primeiro Grande Prémio do Mónaco, em 1929.
O circuito teve de acompanhar os tempos em termos de segurança, e embora tenham sido feitas pequenas alterações, os pilotos de hoje lidam praticamente com as mesmas questões e dificuldades com que se depararam aqueles que há 93 anos atrás estrearam a pista.
É exactamente essa tradição que faz dela uma corrida que todos os pilotos estão desesperados por vencer e a torn parte da Triple Crown do desporto motorizado, ao lado das 500 milhas de Indy e das 24 horas de Le Mans.
Durante quase um século, os novos pilotos tiveram oportunidade de imitar os homens que idolatravam e que cresceram a ver vencer no Mónaco, e essa oportunidade de recriar os passos históricos dos seus ídolos é rara num desporto que se orgulha de estar sempre a avançar para o futuro.
Quando questionado sobre como é correr no Mónaco o antigo campeão mundial, Nelson Piquet, afirmou que "uma vitória ali vale duas vitórias em qualquer outro lugar" e esse estatuto permanece até aos dias de hoje.
O brasileiro Piquet pode ter ganho três títulos mundiais, mas surpreendentemente nunca venceu em Monte Carlo, uma pista onde qualquer pequeno erro pode dar como terminada a prestação de um piloto.
Muitos dos grandes nomes deste desporto dominaram o traçado apertado e sinuoso, mas nenhum melhor do que Ayrton Senna, que conseguiu o feito inédito de vencer seis vezes no principado. Entre os pilotos que ocupam a grelha esta época, Lewis Hamilton soma três vitórias, enquanto Fernando Alonso e Sebastian Vettel ganharam duas vezes, juntamente com Daniel Ricciardo e Max Verstappen que também já conseguiram uma vitória.
É um feito ganhar um Grande Prémio de Fórmula 1, mas fazê-lo no Mónaco requer uma condução especial porque este circuito que requer o equilíbrio perfeito de velocidade, controlo e precisão para sobreviver e não permite qualquer margem para erros.
As ruas estreitas não foram feitas para os monolugares modernos, tornando as ultrapassagem quase impossíveis. E no entanto, os melhores conseguem fazê-lo. Com uma média de apenas 12 ultrapassagens por Grande Prémio do Mónaco neste século, cada uma é um espectáculo para os fãs e um grande feito para os pilotos dado o meio envolvente e as condições do circuito.
Embora a ameaça de ser ultrapassado seja rara, não há tempo para relaxar, uma vez que os pilotos têm de gerir a condução a alta velocidade em volta de um circuito apertado, sem escapatórias, e precisam de fazer uma média de cerca de 50 mudanças de velocidade por volta de 80 segundos para se circularem.
Então, as corridas no Mónaco são aborrecidas? Não, são únicas, exigindo um nível de disciplina e controlo que fazem com seja um evento fascinante por direito próprio.
Só que neste caso, o evento não está a ser realizado num local construído de propósito e à medida, mas sim nas ruas de um pequeno país nas margens do Mar Mediterrâneo, tornando-o um espectáculo como nenhum outro a nível desportivo.
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