As Eliminatórias Asiáticas para o Mundial trazem os favoritos de costume e equipes que sonham em fazer história.
Em outubro passado realizou-se a fase preliminar do torneio asiático de qualificação para a próxima Copa do Mundo. De novembro de 2023 até junho de 2024 será realizada a segunda fase, com nove grupos de quatro seleções se enfrentando no sistema de turno e returno.
As duas primeiras de cada grupo avançam à terceira fase, que começa em setembro de 2024 e termina em junho de 2025. Então já saberemos os nomes de quatro dos oito ou nove países-membros da AFC (Federação Asiática de Futebol) que estarão na América do Norte em 2026.
As principais forças
Para a definição dos nove cabeças de chave desta primeira fase de grupos, tomou-se o ranking da FIFA do último 20 de julho. Eis as seleções da AFC mais bem posicionadas naquele momento.
posição | seleção |
---|---|
20.ª | Japão |
22.ª | Irã |
27.ª | Austrália |
28.ª | Coreia do Sul |
54.ª | Arábia Saudita |
59.ª | Catar |
70.ª | Iraque |
72.ª | Emirados Árabes |
73.ª | Omã |
Pela ordem apresentada acima percebe-se que as principais forças seguem sendo as mesmas. Temos já há alguns anos um G5 composto por Arábia Saudita, Austrália, Coreia do Sul, Irã e Japão.
Essas cinco seleções se classificaram tanto para Rússia 2018 quanto para Catar 2022. vale destacar principalmente Austrália, Coreia do Sul e Japão, as únicas a participar de todos os Mundiais desde 2016.
Podemos restringir ainda mais esse grupo. Japão e Coreia do Sul são os únicos da AFC que não ficaram fora de nenhuma Copa do Mundo desde 1998 —e os sul-coreanos classificaram-se sempre desde 1986—.
As duas primeiras rodadas
Considerando que até setembro de 2024 não haverá jogos entre as equipes do G5 (exceto pelos prováveis duelos na próxima Copa da Ásia), para estas duas primeiras rodadas das Eliminatórias Asiáticas parece-nos o bastante listar as partidas nas quais tais equipes estarão envolvidas.
Tomando como base o ranking da FIFA atualizado em 26 de outubro, dos dez enfrentamentos acima os mais interessantes serão a recepção da China (79.ª) à Coreia do Sul (24.ª), a recepção do Uzbequistão (73.º) ao Irã (21.º) e a recepção da Jordânia (82.ª) à Arábia Saudita (57.ª).
Convém indagarmos quais seleções apresentam chances pelo menos razoáveis de estarem em Canadá/Estados Unidos/México 2026. O atual ranking da FIFA é um ótimo ponto de partida, mas a pouca tradição da maioria das equipes asiáticas nos sugere que o ideal é sermos cautelosos.
O Mundial expandido
Até 2022 a Copa do Mundo era disputada por 32 equipes, mas a partir de 2026 serão 48 participantes. A AFC, que até então tinha quatro ou seis vagas, passará a ter oito ou até nove. Isso torna ainda mais provável a presença das cinco seleções mais tradicionais, e aqui destacamos uma vez mais a Coreia do Sul e o Japão pela qualidade de seus atletas.
Os guerreiros do taegeuk têm como principais nomes o zagueiro Min-jae Kim (Bayern de Munique), o meia/atacante Kang-in Lee (Paris Saint-Germain) e o atacante Heung-min Son (Tottenham); os samurais azuis contam entre outros com o meio-campista Wataru Endo (Liverpool) e os atacantes Kaoru Mitoma (Brighton) e Takefusa Kubo (Real Sociedad).
Mas o aspecto mais importante (e controverso) da expansão do Mundial de Seleções diz respeito à possível presença de nações das quais pouco se sabe. Se imaginarmos que todos os membros do G5 asiático (ainda que a Austrália se localize na Oceania) se classificarão a mais esta edição da Copa do Mundo, de quem seriam as outras três vagas diretas?
Sonhos justificados
Pelo que mostrou nos últimos anos, o Catar é ótimo candidato a conseguir uma das vagas restantes. Embora tenham disputado seu único Mundial, o de 2022, como país-sede, os bordôs são os atuais campeões da Copa da Ásia. E a sua liga nacional é uma das mais fortes do continente.
Os outros três cabeças de chave desta primeira fase de grupos das eliminatórias são uma incógnita. O Iraque disputou seu único Mundial em 1986, os Emirados Árabes disputaram apenas o de 1990 e o Omã nunca experimentou a sensação de participar do principal evento da FIFA.
Essas três seleções do Oriente Médio precisarão provar que estão mesmo à frente das já citadas seleções da China, do Uzbequistão e da Jordânia. Desse modo fechamos um grupo de seis nações que encararão essas eliminatórias com grandes esperanças de escrever uma nova história.