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Desafios do River Plate na Copa da Liga

Tendo vencido o mais importante torneio nacional da temporada, os «millonarios» reafirmam-se como a grande força da Argentina.

O River Plate conquistou o Campeonato Argentino de 2023 e é o favorito ao título da Copa da Liga. No entanto, a equipe ainda precisará superar dificuldades que nenhum de seus torcedores ignora.

2023, parte um

Daqui a quatro dias completa-se um ano desde o anúncio de Martín Demichelis como o comandante do River Plate. Seu antecessor foi Marcelo Gallardo, o treinador mais vitorioso na história do clube.

Embora os millonarios viessem de um 2022 sem títulos, logo tornou-se quase unânime a opinião de que eles seriam os favoritos à conquista da Liga Profesional de Fútbol (o Campeonato Argentino).

Chegaram atletas como o meia Ignacio «Nacho» Fernández (de volta após passagem pelo Atlético Mineiro) e o atacante venezuelano Salomón Rondón (sem clube desde que rescindira com o Everton).

Entre os que permaneceram podemos citar nomes conhecidos: o goleiro Franco Armani, o meio-campista Enzo Pérez, o meio-campista uruguaio Nicolás de la Cruz e o atacante colombiano Miguel Borja.

A Liga Profesional foi conquistada com duas rodadas de antecedência. Na Copa Argentina, a equipe caiu nos 16 avos de final perante o Talleres; na Copa Libertadores, caiu nas oitavas de final perante o Internacional.

2023, parte dois

O segundo jogo contra o Inter foi também o último do centroavante Lucas Beltrán pelos portenhos de Núñez. (Logo em seguida ele tomou o rumo da Fiorentina.) Àquela altura, o millonario já havia anunciado o retorno do meia Manuel Lanzini (que desde 2015 defendia o West Ham).

De resto, o time-base do River é bastante parecido com o que terminou a Liga Profesional. Mas o bom rendimento não se manteve: talvez ainda abalada pela queda na principal competição da Conmebol, la banda perdeu dois de seus três primeiros jogos na Copa de la Liga Profesional.

A reação se refletiu numa sequência invicta de oito partidas até semana passada, com a derrota para o Huracán em casa. E, embora tenha perdido também ontem, para o Rosario Central fora de casa, a equipe dificilmente não alcançará as quartas de final da Copa da Liga.

É certo que o River Plate segue sendo amplamente tido como a principal força do futebol argentino, mas existem pelo menos três fatores aos quais Demichelis precisará estar bastante atento na busca de seu segundo troféu em 2023. É de tais fatores que falaremos a partir de agora.

Carências no elenco

Desde a saída de Beltrán, Borja e Rondón disputam a posição de «camisa 9». Embora tanto o colombiano quanto o venezuelano venham apresentando desempenho satisfatório, persiste a impressão de que o ataque está menos forte do que no primeiro semestre.

Ainda mais delicada é a situação nas laterais. Nenhuma das principais opções tem agradado, de modo que pela direita tanto podemos ver Santiago Simón quanto Marcelo Andrés Herrera, e pela esquerda nunca se sabe se veremos Enzo Díaz ou Milton Casco.

Desempenho fora de casa

O desempenho do River Plate na temporada em qualquer estádio além do Monumental de Núñez tem sido menos que bom: nove vitórias, sete empates e nove derrotas (45% de aproveitamento), 38 gols pró (1,52 por jogo) e 36 contra (1,44 por jogo).

Esse problema está claro pelo menos desde a fase de grupos da Libertadores, devido às derrotas por 3 x 1 para o Strongest em La Paz e por 5 x 1 para o Fluminense no Rio de Janeiro e ao empate por 1 x 1 com o Sporting Cristal em Lima.

Nesta Copa da Liga foram dois triunfos como visitante: 2 x 0 sobre um Boca Juniors quase todo reserva (os xeneizes disputavam as semifinais da Libertadores) e 2 x 1 sobre o Gimnasia La Plata (que tem como objetivo escapar do rebaixamento).

Faixa etária

Ontem, em Rosário, Demichelis teve à disposição todos os seus principais jogadores. Eis a escalação dos visitantes no estádio Gigante de Arroyito:

     Franco Armani;
     S. Simón, L. González Pírez, P. Díaz e M. Casco;
     Enzo Pérez e Nicolás de la Cruz;
     Ignacio Fernández, Manuel Lanzini e Esequiel Barco;
     Salomón Rondón.

A média de idade desse onze inicial foi de 30,6 anos. Se por acaso tivessem sido titulares Herrera, E. Díaz e Borja (nos lugares de Simón, Casco e Rondón), a média teria sido de 29,9 anos.

Com tantos veteranos, o desgaste físico pode ser um problema na fase eliminatória da Copa da Liga (até porque a maioria das equipes que lá chegar terá feito menos jogos que o River em 2023).

A confirmação num torneio cheio de surpresas

Apesar dos três desafios acima mencionados, hoje os millonarios são mais favoritos do que nunca à conquista da Copa de la Liga Profesional. Para entendermos o porquê disso, vejamos as principais cotações do mercado «Vencedor Final» antes da primeira rodada do torneio.

cotaçãoequipe
3,50River Plate
4,50Boca Juniors
11,00Estudiantes de la Plata
Racing
13,00San Lorenzo
Talleres de Córdoba
16,00Argentinos Juniors

Das seis equipes que apareciam logo abaixo do River nos prognósticos, hoje apenas o Racing estaria entre os oito classificados à fase eliminatória. Anteontem, antes dos primeiros jogos da 13.ª rodada, as principais cotações em «Vencedor Final» eram estas.

cotaçãoequipe
2,37River Plate
7,00Independiente
9,00Belgrano
Godoy Cruz
12,00Racing
15,00Huracán
21,00Central Córdoba (SdE)

Se a Copa da Liga se decidisse em pontos corridos, o favoritismo do River Plate seria até maior. Mas, além de não ser esse o caso, as fases eliminatórias se decidem em jogo único. Conclusão: Martín Demichelis precisará tomar todas as precauções possíveis em dezembro.

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