As brasileiras estão habituadas a dominar o futebol sul-americano, mas seu impacto no cenário mundial é bastante menor.
[Traduzido e adaptado de «Women’s World Cup: Brazil Women’s Team Profile».]
A seleção brasileira feminina chega à Copa do Mundo deste ano, na Austrália e na Nova Zelândia, com o mínimo de expectativas. Mas, com a sueca Pia Sundhage no comando e veteranas como Marta e Debinha em campo, seria um erro menosprezar esse Brasil.
Mesmo tendo sido a campeã de oito das nove edições da Copa América, a canarinho ainda busca vencer a sua primeira Copa do Mundo.
O mais perto que as brasileiras chegaram foi em 2007, na China, quando acabaram derrotadas pela Alemanha por 2 x 0 na grande decisão.
Antes, nas semifinais, as sul-americanas derrotaram os Estados Unidos por 4 x 0. Dois gols foram marcados por Marta, a Bola de Ouro e a artilheira do torneio.
A outra vez em que chegaram ao pódio foi em 1999, nos Estados Unidos, quando terminaram em terceiro lugar. Sissi foi a Bola de Prata e a artilheira.
Nos dois primeiros Mundiais Femininos, em 1991 e 1995, a verde e amarela caiu na fase de grupos. Nos de 2003 e 2011, a queda foi nas quartas de final.
E tanto no torneio de 2015, realizado no Canadá, quanto no de 2019, realizado na França, as brasileiras foram eliminadas nas oitavas de final.
No somatório das oito Copas do Mundo Feminina já realizadas, o Brasil disputou 34 partidas: vinte vitórias, quatro empates e dez derrotas.
O Brasil garantiu a sua vaga na Copa do Mundo Feminina de 2023 ao vencer a Copa América de 2022, disputada em julho na Colômbia.
Podemos classificar a campanha do octacampeonato continental como irrepreensível: 100% de aproveitamento em sete jogos, vinte gols pró e zero contra.
Na final, porém, a vitória sobre as anfitriãs foi por apenas 1 x 0. Debinha, vice-artilheira da competição, marcou de pênalti o gol do título.
Como dissemos, a seleção brasileira terá a experiência de Debinha e Marta. E, com Pia Sundhage, elas terão uma treinadora de elevado know-how.
Sundhage teve uma excelente carreira em futebol de seleções como jogadora, tendo se aposentado em 1996 como a artilheira máxima da Suécia.
Em 1998 ela começou a trabalhar como auxiliar, e desde 2003 tem trabalhado como treinadora. Nesses vinte anos, Pia alcançou grandes feitos.
À frente dos Estados Unidos, entre 2007 e 2012, a sueca foi duas vezes medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e uma vez vice-campeã da Copa do Mundo.
Outros bons momentos foram as três edições da Algarve Cup que conquistou com as americanas e a prata olímpica que conquistou com suas conterrâneas.
Desde que chegou à seleção brasileira, em 2019, o foco desta mulher de 63 anos vem sendo dar uma maior organização defensiva à equipe.
Isso ficou evidente na primeira edição da Finalíssima Feminina, realizada em abril deste ano no estádio de Wembley, Inglaterra.
A canarinho só foi derrota nos pênaltis após empatar por 1 x 1 com a seleção anfitriã — campeã da Euro 2022 e uma das favoritas para o Mundial.
Das 23 atletas convocadas por Pia Sundhage em 27 de junho, oito chegarão à Copa do Mundo que começa daqui a quatro dias com 30 anos ou mais.
A meia/atacante Marta, de 37 anos, é a mais velha. É também, no grupo atual, a que mais partidas fez pela seleção (175).
Por ser ela a grande referência técnica da verde e amarela (e a maior artilheira histórica, com 115 gols), seria de esperar vê-la entre as titulares.
Mas, devido a lesão em joelho, a atleta do Orlando Pride ficou onze meses sem entrar em campo. Seu retorno se deu em fevereiro passado.
O estado físico da «rainha» talvez tenha sido o principal motivo para, logo após o anúncio da lista de convocadas, Pia ter dito o seguinte a seu respeito:
«Se ela vai estar como titular não sei. Mas o papel que eu der para ela tenho certeza de que ela vai fazer bem.».
As atletas que receberam as camisas de número 1 a 11 foram as seguintes.
Das citadas acima é bem provável que a zagueira Rafaelle, a lateral-direita Antônia, a lateral-esquerda Tamires e a meio-campista Adriana sejam mesmo titulares.
Na baliza, os indícios (pelo que se viu em treinos recentes) apontam para a titularidade da atleta que recebeu a camisa 12, Letícia Izidoro/Lelê (Corinthians).
Na zaga, Kathellen vem enfrentando a concorrência da jogadora que recebeu a camisa 14, Lauren (Madrid CFF), por uma das vagas no onze inicial brasileiro.
No meio de campo e no ataque é onde parece haver mais dúvidas. Mas, a princípio, a volante Luana e a atacante Debinha serão mesmo titulares.
Por outro lado, em vez de Andressa Alves pode ser que vejamos no meio de campo Ary Borges (Racing Louisville), que recebeu a camisa 17.
E em vez de Marta podemos ver no ataque Geyse (Barcelona), que recebeu a camisa 18, ou mesmo Bia Zaneratto (Palmeiras), que recebeu a 16.
É até provável que a escalação de Pia mude ao longo da Copa do Mundo; de qualquer forma, algumas dúvidas precisarão ser esclarecidas até 24 de julho.
Nesse dia o Brasil fará contra o Panamá, na cidade australiana de Adelaide, a estreia na competição. No grupo F também estarão França e Jamaica.
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