O meio-campista alemão é a primeira grande contratação dos «blaugranas» para a temporada 2023–24.
Em 26 de junho, o Barcelona oficializou como reforço İlkay Gündoğan, que chega à Espanha a custo zero após uma temporada de sonho pelo Manchester City.
O meio-campista alemão vem para ser um dos titulares indiscutíveis da equipe treinada por Xavi Hernández. Mas que papel exercerá ele nos atuais campeões de LaLiga?
Hoje com 32 anos, Gündoğan atuou pela equipe reserva do Bochum e depois pelo Nümberg antes de ganhar projeção internacional vestindo a camisa do Borussia Dortmund. Em seus anos aurinegros ele foi treinado por Jürgen Klopp e conquistou a Bundesliga, a DFB-Pokal (ambas em 2011–12), a DFL-Supercup (em 2013) e foi vice-campeão da Liga dos Campeões da UEFA (em 2012–13).
No verão europeu de 2016, este nativo de Gelsenkirchen tornou-se a primeira contratação do Manchester City na era Pep Guardiola. Juntos, ele e o técnico espanhol conquistaram mais de uma vez as quatro competições domésticas (Premier League, FA Cup, EFL Cup e FA Community Shield) e na temporada passada levaram os Cityzens ao seu primeiro troféu de Liga dos Campeões.
Ao escrever em 2020 um artigo a respeito da carreira de Gündoğan para o site oficial do City, o jornalista David Clayton observou que já em 2009 o então técnico do Nümberg, Michael Oenning, disse que aquele jovem de 18 anos era «um verdadeiro número 10». Entre seus pontos fortes estavam qualidade no passe e visão de jogo.
Possivelmente esse foi um motivo de ele ter apresentado dificuldades de adaptação em seus primeiros anos em Dortmund, quando comumente atuava mais aberto. Com o tempo, Klopp percebeu que Gündoğan poderia se tornar um meio-campista quase completo se se restringisse à zona central mas aprendesse a exercer com igual desenvoltura funções defensivas e ofensivas.
Essa versatilidade lhe foi muito útil durante seus sete anos em Manchester, pois nesse período Guardiola o empregou tanto como volante quanto como meia. Na última temporada o esquema tático-base do City foi o 3-2-4-1, e o alemão aparecia lado a lado com o belga Kevin De Bruyne na segunda linha mais avançada.
Com o que se viu até aqui conclui-se que Gündoğan chega a Barcelona para atuar com menos responsabilidades defensivas. Mas no lugar de quem? Na temporada passada, os comandados de Xavi Hernández jogaram em 4-3-3 e o meio-campista mais ofensivo era Pedri. Será que o recém-chegado disputará posição com um dos titulares da Espanha em Catar 2022?
O provável é que os vejamos juntos, mas então é preciso fazer algumas considerações. A primeira é que 2022–23 foi a última temporada do lendário Sergio Busquets no Barcelona, após quinze anos a serviço da equipe principal dos blaugranas. E estes vêm enfrentando dificuldades para trazer um sucessor à sua altura na atual janela de transferências.
Como Gündoğan é um jogador de características bem diferentes das de Busquets, se ele simplesmente preencher o vazio deixado pelo antigo capitão teremos uma formação bem ofensiva. Provavelmente o holandês Frenkie de Jong será o único meio-campista de contenção, a fim de dar liberdade aos outros dois para chegar ao ataque e finalizar com frequência.
Uma das consequências da trinca Pedri, De Jong e Gündoğan no meio seria a presença constante de Gavi na ponta esquerda. Lembremos que a serviço da furia esta joia de La Masia jogou predominantemente como meio-campista tanto na última Copa do Mundo (com o técnico Luis Enrique) quanto na recente Liga das Nações (com Luis de la Fuente).
Considerando que no centro do ataque o polonês Robert Lewandowski é indiscutível, talvez a única dúvida na cabeça de Xavi resida em quem ocupará a ponta direita na maior parte do tempo. O francês Ousmane Dembélé era o titular da posição antes de se lesionar no início do ano, e a partir dali o brasileiro Raphinha mostrou ser opção interessante.
A saída de Busquets representa um desafio imenso para o técnico blaugrana. Na conquista de LaLiga 2022–23, os culés se destacaram por terem sofrido apenas 20 gols em 38 partidas (média de 0,53). Por mais que o goleiro alemão Marc-André ter Stegen tenha sido eleito o MVP da competição, a importância do sempre discreto Busi não pode ser ignorada.
Se nos primeiros meses de 2023–24 a equipe sofrer muitos gols, talvez Xavi passe a restringir os movimentos ofensivos de Gündoğan. É assim que, com as mudanças a serem vistas no meio, o grande desafio do Barcelona consistirá em ser eficaz ofensivamente sem perder a consistência defensiva que foi chave para a reconquista da Espanha.
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