Como todo clássico, Chelsea vs. Manchester United é daqueles jogos que evocam grandes batalhas travadas ao longo dos anos.
[Traduzido e adaptado de ''Five best Chelsea v Manchester United matches''.]
Foi em 25 de dezembro de 1905 que Manchester United e Chelsea se encontraram pela primeira vez. A partida se realizou no estádio Bank Street, em Manchester (mais precisamente no subúrbio de Clayton), pela antiga segunda divisão inglesa.
Aquele duelo teve um público de aproximadamente 35.000 pessoas, muitas das quais devem ter se sentido frustradas pelo placar final de 0 x 0. De qualquer forma, ali acendeu-se a chama de uma rivalidade que se manteria forte mais de um século depois.
Desde então, essas duas potências se reencontraram inúmeras vezes, e quase todas elas foram mais quentes que aquela no Natal de 1905. Enumeramos abaixo cinco jogos que definitivamente agitaram os ânimos dos torcedores de ambos os times.
23 de agosto de 1958, Primeira Divisão
Manchester United 5 x 2 Chelsea
Os donos da casa, então apelidados de Busby Babes, defrontaram os Drake’s Ducklings em um encontro entre duas das equipes mais excitantes do futebol inglês na época. E tanto Bobby Charlton quanto Jimmy Greaves não decepcionaram.
Essa partida pela rodada de abertura da temporada 1958–59 realizou-se apenas seis meses após o desastre aéreo de Munique. Sir Matt Busby, o treinador do United, teve alta do hospital e, junto de sua equipe técnica, reconstruiu os Red Devils em torno de Charlton.
Também o Chelsea vinha se reconstruindo sob o comando do lendário Ted Drake. Quando os Blues chegaram ao Old Trafford para dar o pontapé inicial naquela temporada, entre seus principais nomes estava Greaves, de apenas 18 anos.
E os astros citados nos parágrafos acima não decepcionaram: Charlton marcou três vezes, Greaves duas. Ao fim do torneio, os mandantes deste duelo foram os vice-campeões, enquanto os visitantes tiveram em Greaves o artilheiro (com 33 gols).
14 de maio de 1994, final da FA Cup
Manchester United 4 x 0 Chelsea
Nessa partida em Wembley o United fez história ao se tornar apenas o quarto clube no século XX a completar a ''dobradinha'' Campeonato Inglês mais Copa da Inglaterra numa mesma temporada.
Tal feito não pareceu provável durante a primeira metade do encontro, no qual o Chelsea do jogador-treinador Glenn Hoddle (que entrou aos 68 minutos) foi dominante — Gabin Peacock chegou a acertar o travessão. Mas no segundo tempo o roteiro seria reescrito.
Com dois gols de pênaltis concedidos pelo árbitro David Elleray em um espaço de seis minutos, Eric Cantona pôs os de Manchester à frente. O terceiro gol foi de Mark Hughes (após escorregão de Frank Sinclair), e o quarto de Brian McClair (já nos acréscimos).
3 de outubro de 1999, Premier League
Chelsea 5 x 0 Manchester United
Eis um nome cuja menção faz suar frio qualquer torcedor do United: Massimo Taibi. O goleiro italiano, contratado para ser o substituto de Peter Schmeichel, fez apenas quatro jogos pelo clube. Este foi o último deles — e o porquê disso é fácil de entender.
Treinado por Sir Alex Ferguson, o Manchester United, que conquistou na temporada anterior a Tríplice Coroa — Campeonato Inglês, Copa da Inglaterra e Liga dos Campeões —, não perdia há 29 jogos pela Premier League. Eles pareciam invencíveis.
Apenas 30 segundos foram o suficiente para que essa percepção mudasse. Após uma saída em falso de Taibi, Gus Poyet se antecipou à marcação e, de cabeça, fez 1 x 0 para os mandantes no Stamford Bridge.
Aos 16 minutos Chris Sutton fez o segundo, e aos 21 Nicky Butt, dos visitantes, foi expulso ao reagir mal após sofrer falta de Dennis Wise. Aos 55 Poyet anotou outro (após nova falha de Taibi), aos 58 Henning Berg marcou contra, e aos 82 Jody Morris fechou o placar.
Evidentemente, aquela foi uma vitória celebrada pelo Chelsea e pelo seu técnico, o recentemente falecido Gianluca Vialli. Mas o United riu por último e melhor ao ser novamente o campeão da liga, com 18 pontos a mais que o segundo colocado (o Arsenal).
21 de maio de 2008, final da Liga dos Campeões
Manchester United 1 x 1 Chelsea
O quinto livro da série 007 chama-se From Russia, with Love — ''Desde a Rússia, com amor''. John Terry não deve ter sentido nada disso neste dia de 2008 no estádio Lujniki, em Moscou, quando o Chelsea chegou à sua primeira final de Liga dos Campeões.
Essa que foi também a primeira final de Champions apenas entre ingleses se deu quando o United recordava os 100 anos de seu primeiro título na primeira divisão inglesa, os 50 anos do desastre de Munique e os 40 anos de sua primeira conquista europeia.
Aos 26 minutos, Cristiano Ronaldo abriu o placar para os de Manchester, e pouco antes do intervalo Frank Lampard deixou tudo igual novamente. Pouco se passou depois disso — exceto pela expulsão de Didier Drogba, dos de Londres, no fim da prorrogação.
Chegamos então aos pênaltis. Os quatro primeiros cobradores por parte dos Blues converteram os seus, enquanto Cristiano Ronaldo desperdiçou o terceiro por parte dos Red Devils. Bastava que Terry marcasse para que o Chelsea fosse o campeão.
Ao chutar a bola, o capitão da equipe escorregou, e ela acabou batendo na trave esquerda de Edwin van der Saar. Este depois defendeu a cobrança de Nicolas Anelka, e o United, assim como em 1999, desafiou as probabilidades para ser coroado o campeão europeu.
5 de fevereiro de 2012, Premier League
Chelsea 3 x 3 Manchester United
Se há uma coisa pela qual o United de Ferguson se notabilizou foi ser o time da virada. E este empate com o Chelsea resume tudo isso — além de ter servido para pôr mais um prego no caixão do então técnico do time dos Blues, André Villas-Boas.
Os londrinos vinham de apenas duas vitórias nos oito jogos anteriores pela Premier League, e o técnico português estava sob pressão. Contra os Red Devils ele precisava que seus comandados dessem uma resposta de que não foram capazes.
Aos 36 minutos, Jonny Evans pôs os mandantes em vantagem ao marcar contra. Cinco minutos após o intervalo, Juan Mata e David Luiz fizeram respectivamente o 2 x 0 e o 3 x 0, deixando o Chelsea fora do alcance do United. Ou assim pensávamos.
Faltas cometidas, primeiro em Patrick Evra e depois em Danny Welbeck, não deram outra opção ao árbitro Howard Webb senão conceder pênaltis ao time visitante. E Wayne Rooney converteu as duas cobranças — a primeira aos 58 minutos, a segunda aos 69.
A esses dois gols o Chelsea, sob pressão tanto fora quanto dentro de campo, simplesmente não soube responder. Houve mesmo certo sentimento de inevitabilidade quando Javier Hernández fez o gol de empate a seis minutos do final.
Após mais três partidas (e duas derrotas) pelo Campeonato Inglês, Villas-Boas partiu.
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