Enquanto Bélgica, Uruguai e Alemanha nem conseguiram passar da fase de grupos, a Espanha só se saiu bem contra a Costa Rica.
[Traduzido e adaptado de ''Dalla Germania alla Spagna: le squadre che hanno deluso''.]
[Artigo originalmente publicado em 19 de dezembro de 2022.]
A partir do momento em que a Copa do Mundo do Catar chegou à sua fase eliminatória, pudemos fazer um balanço das seleções que mais frustraram expectativas. Da Alemanha à Espanha, chegando até a Dinamarca, selecionamos seis.
Eis a maior surpresa negativa. Tendo caído na fase de grupos em Rússia 2018, a Alemanha efetuou uma troca de comando técnico — Joachim Löw por Hansi Flick — e formou uma equipe muito talentosa. Ninguém imaginava outra eliminação precoce, mas foi o que se viu.
A esquadra germânica não conseguiu se classificar a uma fase eliminatória de Copa do Mundo pela segunda vez consecutiva. Trata-se de um verdadeiro desastre esportivo para uma seleção que foi campeã do torneio por quatro vezes — a última em 2014.
Lembremos ainda que a Mannschaft foi a primeira seleção (depois dos anfitriões, evidentemente) a garantir presença nesse primeiro Mundial no Oriente Médio. Tal confirmação se deu em 11 de outubro de 2021 (exatamente um mês antes do Brasil).
Junte-se ao bom retrospecto o misto de experiência e juventude da equipe e compreende-se a enorme quantidade de elogios que o futebol alemão recebeu nos últimos anos. Temos aqui um bom argumento a favor do provérbio Nem tudo que reluz é ouro.
Por falar em ouro, a ''geração dourada'' da Bélgica encerrou o seu ciclo da pior maneira possível — e sem vencer nada. Diferentemente da Alemanha, os Diabos Vermelhos caíram em um grupo que parecia amplamente acessível; mas ainda assim fracassaram.
Tendo vencido o Canadá na estreia por 1 x 0 (gol de Michy Batshuayi), os belgas perderam para o surpreendente Marrocos na segunda rodada por 2 x 0 e entregaram o segundo lugar no grupo à Croácia, com quem empataram sem gols na última rodada.
Nessa partida contra os Axadrezados a Bélgica até criou bastante, mas faltou-lhe qualidade de finalização. O atacante Romelu Lukaku, em particular, não estava em seus melhores dias, tendo desperdiçado quatro ótimas oportunidades (todas no segundo tempo).
Do terceiro lugar na Rússia à despedida imediata no Catar. Essa queda desastrosa já começou a redesenhar a cara da seleção: foi-se o técnico Roberto Martínez, foi-se também Eden Hazard — um dos jogadores mais emblemáticos. Será melhor o próximo ciclo?
Sejamos francos: o 7 x 0 sobre a Costa Rica na primeira rodada parecia o prenúncio de uma jornada radiante para os meninos de Luis Enrique. Tanto é assim que houve quem os comparasse aos fenômenos da maravilhosa Espanha campeã mundial de 2010.
Mas a realidade acabou sendo bem diferente. Na segunda rodada, a Furia empatou com a Alemanha, na terceira perdeu para o Japão e nas oitavas de final foi eliminada nos pênaltis (de novo os pênaltis, como na Euro 2020) pelo Marrocos.
Esqueça o tiquitaca. Essa Espanha parecia sem ideais nem brilhantismo. As escolhas disruptivas de Luis Enrique não deram resultado, e a sua despedida do comando da seleção ibérica foi a consequência natural disso.
O técnico Diego Alonso, sucessor do lendário Óscar Tabárez, não conseguiu levar a Celeste além da fase de grupos. Talento certamente era o que não faltava à seleção sul-americana, mas poucos jogadores estiveram em sua melhor forma.
Edinson Cavani e Luís Suárez sentiram o peso dos anos, enquanto o astro em ascensão Darwin Núñez, que no verão passado trocou o Benfica pelo Liverpool, não deixou marca. O mesmo vale para Federico Valverde, apesar de sua extraordinária fase no Real Madrid.
As expectativas em relação aos balcânicos eram altas, tendo em vista os seus resultados de não muito antes do torneio. Apesar disso, a Sérvia terminou em último lugar no grupo C, com apenas um ponto conquistado.
Foi um Mundial a ser esquecido rápido para os de Dragan Stojković, que tinha à sua disposição elementos de valor inquestionável: Aleksandar Mitrović, Sergej Milinković-Savić, Dušan Tadić e Dušan Vlahović (embora este último não estivesse 100% fisicamente).
Evidentemente, os Vermelhos e Brancos nunca foram sérios candidatos ao título. Mas conquistar apenas um ponto em um grupo que também tinha França, Austrália e Tunísia é algo que inevitavelmente deixa um gosto amargo na boca.
Tal gosto se torna ainda mais amargo quando nos lembramos que pouco mais de um ano antes a Dinamarca chegou à semifinal da Euro. Sair de uma campanha como aquela e terminar eliminado numa fase de grupos de Mundial é um estrondoso fracasso.
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