Alguns acontecimentos duvidosos mudaram a história do futebol. Mas a pergunta é: e se o VAR existisse desde os primórdios do esporte mais popular do mundo, o que teria mudado?
"Marquei um pouco com a cabeça e um pouco com a mão de Deus", essa foi a resposta de Dieguito em uma das jogadas mais icônicas quando se trata de falhas de arbitragem. Nas quartas de final da Copa de 1986, o camisa 10 abriu o placar contra a Inglaterra ao tocar a bola com a mão. Poucos minutos depois, Maradona voltou a marcar, mas dessa vez um gol indíscustivel, que veio a ser um dos mais belos gols da história do futebol, driblando cinco jogadores e levando o placar para 2x0. Aos 36, Lineker até descontou, mas não adiantou. A Argentina seguiu na competição, eliminou a Bélgica nas semifinais e derrotou os alemães por 3x2 na final. Neste torneio, os Hermanos ergueram o troféu pela segunda vez.
Foi em 1966, em solo britânico, os anfitriões venceram a final sobre os alemães com um gol bastante questionável. Aos 11 minutos da prorrogação, quando o placar estava 2x2, Hurst chutou na trave e viu a bola quicar perto da linha. Naquela época, o árbitro suíço Gottfried Dienst validou a jogada, mas até hoje o gol gera suspeitas e discussões. A partida foi vencida por 4x2 e a anfitriã ergueu sua primeira e única taça até o momento. Se tivessem vencido, os alemães teriam se tornado campeões duas vezes e hoje, como o Brasil, estariam em busca do hexa.
Após 44 anos, a vingança chegou, mas num cenário diferente. Nas oitavas de final da Copa do Mundo na África do Sul, quando a Alemanha vencia por 2x1, o inglês Frank Lampard chutou e encobriu o arqueiro Manuel Neuer aos 37 minutos do primeiro tempo. A bola entrou, mas o uruguaio Jorge Larrionda deixou o jogo seguir. Na etapa seguinte, os alemães ampliaram para 4x1. Nas quartas de final enfrentaram a Argentina, em duelo vencido por 4x0. Nas semifinais, porém, foram eliminados pela Espanha, em jogo perdido por 1x0. O erro não foi percebido, mas quatro anos depois, no Brasil, foi introduzida a Tecnologia Goal Line.
Em 1962, no Chile, o Brasil perdia para a Espanha por 1x0, neste jogo da fase de grupos, quem perdesse voltaria para casa. Eis que numa jogada espanhola, quando o atacante Enrique Collar adentrou a área, o lateral-esquerdo Nilton Santos veio a fazer a falta, mas discretamente deu dois passos para trás. Sem perceber o ocorrido, o árbitro Sergio Bustamante marcou falta fora da área e não deu pênalti no estádio Sausalito. O time canarinho virou a partida e se classificou para enfrentar a Inglaterra nas quartas de final, quando ganhou por 3x1. Em seguida, a seleção brasileira eliminou os chilenos na semifinal por 4x2 e venceu a Tchecoslováquia na decisão por 3x1. A campanha deu o bicampeonato ao Brasil. Se passassem, os espanhóis poderiam ter conquistado o primeiro título de sua história, feito que só foi alcançado 48 anos depois, na África do Sul.
Os asiáticos saíram beneficiados em duas partidas eliminatórias. Primeiro, nas oitavas diante da Itália. Após empate em 1x1 no tempo normal, Totti foi derrubado dentro da área durante a prorrogação. Além de não assinalar o pênalti, o juiz equatoriano Byron Moreno deu o segundo amarelo para o italiano, que acabou expulso. Logo depois, um gol legal do volante Tommasi foi considerado impedido. Nos minutos finais, um gol de ouro de Ahn Jung-hwan selou a classificação coreana. Já nas quartas, frente a Espanha, erros bizarros a favor da Coreia. No tempo normal, um tento de Baraja foi anulado. Na prorrogação, Joaquín cruzou e o auxiliar disse que a bola havia saído antes do gol de Morientes. Nos pênaltis, o goleiro asiático se adiantou, o egípcio Gamal Ghandour deixou seguir e os anfitriões passaram para a semifinal.
E aí, torcedor? Embora ainda seja polêmico, você acha que o VAR está trazendo mais justiça ao futebol?