A Tríplice Coroa nunca esteve tão ao alcance dos «Cityzens»

Com seu recente retorno ao topo da Premier League, o Manchester City é cada vez mais candidato à conquista dos três principais troféus da temporada.

[Traduzido e adaptado de «Man City 11/10 to win the treble after extending their winning streak».]

Os primeiros dias de abril costumam ser, para o Manchester City, o começo do período em que a sua candidatura à «tríplice coroa» é posta à prova. É então que a Liga dos Campeões da UEFA e a FA Cup chegam às suas fases finais e a Premier League chega às suas derradeiras rodadas.

Assim como nas últimas cinco temporadas —com exceção de 2019–20, interrompida por alguns meses quando o Liverpool já liderava com larga vantagem a liga nacional—, a equipe treinada por Pep Guardiola chegou a esta primavera lutando pelo Campeonato Inglês, pela Copa da Inglaterra e pela Liga dos Campeões. Mas nunca os Sky Blues pareceram tão bem preparados para conquistar os três troféus quanto agora.

Faz anos que eles perseguem essa façanha. Em 2019 os Cityzens lutaram inclusive pela «quádrupla coroa», pois também podiam vencer a EFL Cup (a Copa da Liga Inglesa). Este e os demais troféus nacionais de fato foram alçados, o que lhes deu uma inédita (para qualquer clube inglês) «tríplice coroa» doméstica. Mas na Liga dos Campeões os homens de Guardiola foram eliminados pelo Tottenham nas quartas de final.

Tem sido rotina para o City conquistar a EFL Cup e a Premier League mas ser eliminado nas semifinais da FA Cup. E aí está uma das diferenças desta temporada para as anteriores: ao derrotar o Sheffield United em 22 de abril, a equipe se classificou à grande final (a ser realizada em 3 de junho), na qual enfrentará o Manchester United. Os atuais líderes da liga estão cotados em 1,28 para conquistar esse troféu sobre seus arquirrivais.

Se hoje o retorno oferecido pela «tríplice coroa» é de 2,20, no verão europeu passado o retorno era de 19,00. E antes de os Cityzens serem surpreendentemente eliminados nas quartas de final da EFL Cup pelo Southampton o retorno oferecido pela «quádrupla coroa» era de 20,00. Naquele momento os de Guardiola haviam feito 17 partidas pela Premier League, nas quais conquistaram 39 pontos (76% de aproveitamento). À frente deles estava o Arsenal de Mikel Arteta, com 44 pontos também em 17 jogos (86% de aproveitamento).

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Apesar do grande momento de Erling Haaland (cotado em 2,37 para terminar o Campeonato Inglês com 40 gols ou mais), o Manchester City da primeira metade da temporada não parecia estar em seu nível habitual. Um dos questionamentos que se fazia então era se o recém-chegado atacante norueguês afetava negativamente o desempenho do time. Mas a série de dez triunfos seguidos entre 25 de fevereiro e 15 de abril deixou tais indagações em segundo plano, e o próprio Haaland, após um período de relativa escassez, voltou a ser uma máquina de marcar gols. (Foram doze nos últimos dez jogos.)

No momento o Manchester City tem 82 pontos em 34 jogos pela liga inglesa, enquanto o Arsenal tem 81 pontos em 35 jogos. Aos Cityzens restam a visita ao Everton (14 de maio), a recepção ao Chelsea (21 de maio) e as visitas ao Brighton (24 de maio) e ao Brentford (28 de maio). Aos Gunners restam a recepção ao Brighton (14 de maio), a visita ao Nottingham Forest (20 de maio) e a recepção ao Wolverhampton (28 de maio). Não é preciso dizer mais para justificar o fato de os de Guardiola estarem cotados em 1,071 para o título e os de Arteta estarem cotados em 9,00.

As chances de o troféu da Liga dos Campeões da UEFA ir para Manchester cresceram sobremaneira após o 4 x 1 no placar agregado contra o Bayern de Munique pelas quartas de final. O retorno oferecido pelo título do City é de 1,66, ao passo que o retorno oferecido pelo título do seu adversário na fase semifinal, o Real Madrid, é de 4,33. (Os outros dois possíveis finalistas são os italianos da Internazionale e do Milan, cotados em 7,50 e 9,50 respectivamente.)

O duelo entre manchesterianos e madrilenhos é visto, portanto, como uma final antecipada. Mas, enquanto os segundos sofreram derrotas nas últimas quatro semanas que praticamente acabaram com suas chances de reconquistar LaLiga, os primeiros chegam em seu melhor momento na temporada. É de imaginar o quanto Guardiola, que não vence a principal competição entre clubes da UEFA desde 2011 (quando comandava um Barcelona que tinha Xavi, Andrés Iniesta e Lionel Messi), anseia por finalmente levar o Manchester City a essa inédita conquista.

Em 2020–21 os Sky Blues chegaram muito perto de levantar o troféu da principal disputa entre clubes europeus, quando se viram derrotados na final, realizada na cidade do Porto, pelos seus conterrâneos do Chelsea. Antes de tal partida já havia a percepção de ser questão de tempo até que o clube adquirido em 2008 pelo xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan alcançasse o topo da Europa. Será esta a temporada em que enfim realizarão esse objetivo? E, se o conseguirem, será que conseguirão também levantar os dois troféus mais almejados do futebol inglês?