Coube a um ícone da história «giallorossa» suceder a um de seus treinadores mais célebres.
Em 2021–22, a sua primeira temporada sob o comando do português José Mourinho, a Roma conquistou a edição inaugural da Liga Conferência. Esse foi não só o primeiro grande título internacional dos giallorossi como também o primeiro troféu que levantaram desde a Coppa Italia 2007–08.
A loba chegou a 2023–24 sonhando com o retorno à Liga dos Campeões (competição que não disputa desde 2018–19). O objetivo era difícil: a única maneira de alcançá-lo é terminando a Serie A entre os quatro primeiros, e nas duas temporadas anteriores a equipe terminou em sexto.
No dia 10 de janeiro deu-se a queda na Coppa Italia perante a Lazio, e no dia 14 (mais uma) derrota na Serie A para o Milan. Embora os amarelos e vermelhos seguissem vivos na Liga Europa, no dia 16 anunciou-se a demissão do luso para a vinda de um dos maiores ídolos do clube: Daniele De Rossi.
Derrotas duras e o sonho abortado
Por mais que a Roma não fosse candidata ao scudetto nesta temporada, tampouco se esperava um começo de Serie A tão ruim: 28% de aproveitamento nas seis primeiras rodadas. Depois veio a recuperação que a fez terminar a 14.ª e a 15.ª rodada em quarto.
Mas, com exceção de uma vitória sobre o Napoli (2 x 0), a equipe não conseguiu vencer nenhuma das outras principais forças do Campeonato Italiano. Foi assim que, após a já citada derrota para o Milan (3 x 1), os giallorossi terminaram a 20.ª rodada em nono.
Se é fato que o jogo no San Siro marcou o fim da era Mourinho na Roma, falava-se na sua saída desde a também já citada derrota para a Lazio (1 x 0) pela Coppa Italia. Houve surpresa apenas porque esperava-se a sua permanência pelo menos até fevereiro.
Nos dias 15 e 22 do próximo mês, a Roma enfrentará o Feyenoord nos play-offs de acesso às oitavas de final da Liga Europa. Mourinho ganharia uma sobrevida se passasse de fase; mas o presidente e dono do clube, Dan Friedkin, já havia visto o bastante.
Um dia após a demissão do nativo de Setúbal, a Roma encontrava-se a cinco pontos do quarto colocado da Serie A e aparecia cotada em 6,50 em «Para Terminar no Top 4». Quanto à Liga Europa, sua cotação era de 17,00 em «Vencedor Final».
De um ídolo para outro
Embora as perspectivas não fossem das mais excitantes nem na Liga Italiana nem na segunda principal competição da UEFA, boa parte dos romanistas idolatrava Mourinho. Ciente disso, Friedkin não poderia escolher qualquer um para sucedê-lo.
Daniele De Rossi definitivamente não é qualquer um. Sua experiência como técnico se resumia a quatro meses à frente do SPAL na Serie B; mas o ex-volante de 40 anos é o segundo homem que mais vezes vestiu a camisa da Roma (616 jogos).
Seu primeiro compromisso como treinador dos capitolini seria no dia 20, em recepção ao Verona pela 21.ª rodada do Campeonato Italiano. Nos dias que antecederam este jogo muito se especulou na imprensa sobre o que mudaria nos giallorossi com ele.
Mudanças pontuais
Com Mourinho, os amarelos e vermelhos atuavam em 3-5-2. Seus números defensivos eram incongruentes: embora estivessem em segundo no ranking de menos finalizações concedidas por jogo (10,1), estavavam em nono no ranking das equipes menos vazadas (24 gols contra). O que o novo treinador faria a respeito?
Em sua estreia, De Rossi optou por um 4-3-3. No entanto, precisa-se fazer a ressallva de que nesse dia estavam suspensos tanto o zagueiro Gianluca Mancini quanto o volante (às vezes zagueiro) Bryan Cristante. Na próxima rodada, quando esses dois nomes importantíssimos voltarem, veremos se algo mudará.
As diferenças claras em relação à Roma de Mourinho se verificaram nos setores mais adiantados. Com o português víamos uma dupla de ataque formada por Paulo Dybala e Romelu Lukaku; com o atual comandante vimos Dybala mais aberto pela direita, Lukaku centralizado e Stephan El Shaarawy aberto pela esquerda.
E agora?
O Roma vs. Verona no Olimpico terminou com vitória dos anfitriões por 2 x 1. Amanhã haverá a visita à Salernitana, em 5 de fevereiro a recepção ao Cagliari e em 10 de fevereiro a recepção à Inter. Em seguida vem a viagem a Roterdã para o jogo com o Feyenoord.
Em tese o objetivo ainda é o G4 da Serie A. Mas, se a equipe for longe na Liga Europa, qual será o foco de Daniele De Rossi? E, seja ele qual for, haverá tolerância por parte de Dan Friedkin caso uma vez mais os giallorossi não se classifiquem à Liga dos Campeões?
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