Cresce a lista de atletas nascidos em outros países —principalmente Argentina e Brasil— com chances de vestir a camisa da «azurra».
[Traduzido e adaptado de «Nazionale: l’Italia e gli oriundi, i nuovi “Retegui” in rampa di lancio».]
Não é fácil o momento da seleção italiana. O fracasso em obter uma vaga na Copa do Mundo do ano passado tornou quase irrelevante a conquista da Eurocopa no ano anterior, deixando escombros e um grupo a ser reconstruído praticamente do zero. O comandante técnico, Roberto Mancini, previsivelmente entrou na mira dos críticos, mas decidiu não abandonar o barco. E, com as mais recentes convocações, Mancini testou novas soluções em sua busca por uma equipe renovada.
Entre as novidades, a surpresa maior foi o argentino Mateo Retegui, centroavante empestado pelo Boca Juniors ao Tigre. Retegui não foi o primeiro nem será o último não nativo a vestir a prestigiosa camisa azul. Nos anos 1960 havia os também argentinos Omar Sívori, Humberto Maschio, Antonio Angelillo e o brasileiro Mazzola. Vários nomes se seguiram, como o argentino Mauro Camoranesi (campeão do mundo em 2006). Em alguns casos viram-se fracassos e, por isso mesmo, experiências de curta duração.
Dois méritos a serem reconhecidos em Mancini são os de estudar e experimentar. Aí está o catarinense Jorginho, fundamental para a conquista da Euro 2021. Além do meio-campista hoje no Arsenal e do já citado Retegui, atualmente temos o zagueiro/lateral-direito mato-grossense Rafael Tolói (Atalanta) e o lateral-esquerdo paulista Emerson Palmieri (West Ham). Mas estejamos atentos, pois há diversos estrangeiros não convocados que em breve podem se unir aos já mencionados.
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Mateo Retegui tem 23 anos; se tiver sucesso representando a seleção da Itália, tratará boas perspectivas para os azzurri por anos. O início não foi ruim, pelo contrário: dois gols em dois jogos (contra a Inglaterra e contra Malta) representam interessante cartão de visita. No futuro, podemos apostar que Roberto Mancini continuará aberto a soluções similares que sejam capazes de dar algo mais à equipe.
Os não nativos representam uma oportunidade especialmente nos atuais tempos de «vacas magras» no bel paese. Um jogador como o meia/atacante Simone Pafundi, de 17 anos, é ainda uma aposta, dadas as suas poucas aparições com a camisa da Udinese na Serie A. Daí porque jovens de ascendência italiana possam vir a ser chamados para os próximos jogos. Citaremos a partir de agora alguns deles.
Acima de todos está o meia argentino Facundo Buonanotte, de 18 anos, um camisa 10 (trequartista, como se diz na Itália) que vem sendo apontado como o sucessor de Lionel Messi. Na última janela de inverno ele foi para o Brighton, vindo do Rosario Central. Buonanotte já foi convocado mas ainda não atuou pela seleção principal da albiceleste; caso tenha interesse em defender a azzurra, poderia ser um acréscimo dos mais acertados.
Outro argentino que também pode chegar é Gianluca Prestianni. Diz-se que Mancini já entrou em contato com a família deste atacante de 17 anos que atua no Vélez Sarsfield para que ele se junte à seleção. Estamos falando de um ponta que gosta de cair para a direita mas que também pode partir da extremidade oposta para depois levar a bola para o seu pé preferido.
Quem também pode encorpar o setor ofensivo italiano são o argentino Ignacio Maestro Puch, atacante de 19 anos do Atlético Tucumán, e o brasileiro Gabriel Strefezza, meia/atacante de 26 anos do Lecce. Este paulistano está em sua segunda temporada na Serie A (a anterior foi a de 2019–20, quando defendia o SPAL), na qual até marcou até aqui oito gols (e na Coppa Italia marcou outro).
Ao nos mantermos na primeira divisão italiana encontramos mais um candidato brasileiro: o lateral-esquerdo Carlos Augusto, de 24 anos, que provavelmente merece uma chance pelo impacto que suas atuações a serviço do Monza vêm tendo. E talvez até mesmo Matías Soulé, meia/atacante argentino de 20 anos da Juventus, possa defender a Itália.
Esta nossa lista se expande com um nome que o ex-meio-campista Daniele De Rossi teria indicado a Mancini. Após toda uma vida na Roma, De Rossi encerrou a carreira em 2020 no Boca Juniors, e lá teve como companheiro de equipe Nicolás Capaldo. Este meio-campista hoje tem 24 anos e defende os austríacos do Salzburg.
Encerramos (pelo menos por enquanto) com a menção ao paulista Lucas Piton, nascido há 22 anos. O lateral-esquerdo do Vasco foi incluído na pré-lista de convocados da Itália para a fase final da Liga das Nações. Mancini deixou-o fora da lista definitiva, mas não sem antes dizer que o brasileiro vinha sendo monitorado há algum tempo.